sábado, 2 de fevereiro de 2008

A Bela e a Fera

Jaqueline Negreiros


Tenho assistido a muitos desenhos infantis - por influência dos meus filhos - um em particular me chama a atenção pela beleza e pelo encanto.
A Bela e a Fera é um conto de fadas escrito pelos Irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm) e adaptada em filme de animação pelos estúdios Walt Disney.

O enredo de A Bela e a Fera relata a história de uma jovem que é obrigada a viver em um castelo, convivendo com um príncipe transformado em fera. Ela aprende a amá-lo, valorizando sua beleza interior, quebrando o feitiço.
Bela é oriunda da metrópole e veio morar no interior, junto com seu pai. As pessoas do povoado, a acham estranha, diferente, muito culta e devora todos os livros da única biblioteca da localidade. O sonho dela é poder conhecer vários lugares além do vilarejo onde vive.

Gaston, que ambiciona casar-se com Bela argumentando possuírem a mesma beleza física, é um vilão musculoso, ganancioso e muito machista. Um personagem bem característico do que representa a futilidade dos dias atuais.

Para muitos, A Bela e a Fera não passa de mais um conto de fadas, uma estória irreal que tem por único objetivo entreter as crianças. Um grande equívoco. Grande parte das estórias infantis trazem consigo uma mensagem de cunho moral no qual tende a despertar nas crianças interesse pelas questões que comumente são deixadas de lado pelos adultos - como neste caso, a beleza interior.

Muitos acreditam que beleza interior seja um assunto só "para decorador"...acertaram!

A beleza interior realmente é coisa somente para um decorador. Nós mesmos. A beleza interior de uma pessoa é seu modo cativante de tratar bem ao próximo, sua simpatia, bondade, amor, comprensão, a conservação dos moldes das virtudes, procurando melhorar as falhas de caráter. Estes atributos competem a nós mesmos que podemos ser o nosso melhor decorador.A aparência a mais importante, é a aparência do caráter moral de cada um.
A beleza externa atrai, afinal, quem não gosta do belo. Mas a beleza interior é a única que fica.

Quantas pessoas conhecemos que tem uma beleza física esplendorosa, mas no interior são vazias. São pessoas que simplesmente existem, passam pelo mundo, mas não deixam marcas de sua passagem.

Um bom observador sempre procurará ver além do físico. Procurará descobrir, digamos, uma chama interior que denuncie um bom conteúdo, se aquela pessoa será capaz de prender a atenção por mais do que uma noite.

Deixemos de ser como "Gastons" saciando-nos com o superficial. Procuremos o esperado no inesperado.Pois como disse José Ortega y Gasset:

" A beleza que seduz poucas vezes coincide com a beleza que faz apaixonar".








Nenhum comentário: