sexta-feira, 28 de março de 2008

Viver como as Flores

*
"Mestre, como faço para não me aborrecer?
Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes.
Algumas são indiferentes.
Sinto ódio das que são mentirosas.
Sofro com as que caluniam.
Pois viva como as flores!, advertiu o mestre.
Como é viver como as flores? Perguntou o discípulo.
Repare nestas flores, continuou o mestre, apontando lírios que cresciam no jardim.
Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas.
Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem.
Os defeitos deles são deles e não seus.
Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.
Isso é viver como as flores."

O Barbeiro

Um homem foi ao barbeiro.

E enquanto tinha seus cabelos cortados conversava com ele.

Falava da vida e de Deus.

Dai a pouco, o barbeiro incrédulo não agüentou e falou:

- Deixa disso, meu caro, Deus não existe!

- Por quê?

- Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis, passando fome!

- Olhe em volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas e enxergar!

- Bem, esta é a sua maneira de pensar, não é?

- Sim, claro!

O freguês pagou o corte e foi saindo, quando avistou um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço.

Não agüentou, deu meia volta e interpelou o barbeiro:

- Sabe de uma coisa?

- Não acredito em barbeiros!

- Como?

- Sim, se existissem barbeiros, não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas!

- Ora, eles estão assim porque querem. Se desejassem mudar, viriam até mim!

- Agora, você entendeu.

O jovem lenhador


Cortar árvores é um esporte tradicional no Alasca. Há lenhadores famosos, com habilidade e energia no uso do machado. E aprender a ser bom lenhador exige bastante empenho.

Certo jovem não queria pouco. Decidido a tornar-se um grande lenhador, resolveu procurar o melhor de todos os lenhadores do país.

- Quero ser seu discípulo. Quero aprender a usar o machado como você.

O aprendiz dedicou-se, prestou atenção nas lições do mestre, praticando bastante.

Depois de algum tempo, achou que era melhor que o mestre. "Sou mais forte, mais ágil, e já estou sabendo a técnica. Vencerei facilmente o velho lelhador", pensou ele. E desafiou o mestre para uma competição. Quem cortasse mais troncos de árvores no período de oito horas seria o melhor lenhador.

O desafio foi aceito. No dia marcado, o rapaz começou cheio de gás. No maior pique, foi cortando uma tora atrás da outra. De vez em quando ia ver o mestre lenhador e quase sempre o via sentado, com o machado na mão.

"Coitado, ele não dá mais no couro", pensava o jovem, sentindo-se já o novo campeão.

Quando terminou o dia, uma surpresa que ele não esperava: o velho havia cortado muito mais árvores do que seu jovem desafiante.

- Mas como é que pode ? Não é possível! Quase todas as vezes em que olhei, você estava descansando!

O velho sorriu, pegou o machado e mostrou-lhe a lâmina. Afiadíssima.

- Eu não estava descansando, meu caro. Estava amolando o machado. Foi por isso que você perdeu.

*


"O reflexo da lua não pode ser visto claramente em águas agitadas, mas, quando a superfície da água está calma, aparece um reflexo perfeito da lua. O mesmo acontece com a mente: quando está calma, vê-se claramente refletida a face enluarada da alma."

Mutantes

Deepak Chopra

Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!
Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles.
Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.

A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida.
A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.

Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo - a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptiídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.

Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição.
Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos.

A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.

O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia.
Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: "Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos."

Você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre-se do que pensou ontem
Quer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje!

Ou você abre seu coração, ou algum cardiologista o fará por você!


Eu Etiqueta.

Carlos Drummond de Andrade



Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

terça-feira, 25 de março de 2008

A Raça dos Desassossegados

Martha Medeiros


Foi no livro "A caverna", de José Saramago, que o personagem Cipriano Algor definiu seu genro Marçal como um homem "da raça dos desassossegados de nascença". Logo pensei ao ler, "eu também sou", assim como você deve estar pensando , "me inclua nessa".

À raça dos desassossegados pertencemos todos, negros e brancos, ricos e pobres, jovens e velhos, desde que tenhamos, como característica dessa raça comum, a inquietação que nos torna insuportavelmente exigentes com a gente mesmo e a ambição de vencer não os jogos, mas o tempo, esse adversário implacável.

Desassossegados do mundo correm atrás da felicidade possível, e uma vez alcançado seu quinhão, não sossegam: saem atrás da felicidade improvável, aquela que se promete contante, aquela que ninguém nunca viu, e por isso sua raridade.

Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos, são sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem muito menos amor do que planejavam.

Desassossegados pensam acordados e dormindo, pensam falando e escutando, pensam antes de concordar e, quando discordam, pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias e com a mente turva em outros, e pensam tanto que pensam que descansam.

Desassossegados não podem mais ver telejornal que choram, não podem sair mais às ruas que temem, não podem aceitar tanta gente crua habitando as pirâmides e tanta gente cozida em filas, em madrugadas e no silêncio dos bueiros.

Desassossegados vestem-se de qualquer jeito, arrancam a pele dos dedos com os dentes, homens e mulheres soterrados, cavando sua abertura, tentando abrir uma janela emperrada, inventando uns desafios diferentes para sentir sua vida empurrada, desassossegadoa voltados para a frente.

Desassossegados têm insônia e são gentis, lhes incomodam as verdades imutáveis, riem quando bebem, não enjoam, mas ficam tontos com tanta idéia solta, com tamanha esquizofrenia, não se acomodam em rede, leito, lamentam a falta que faz uma paz inconsciente.

Dessa raça somos todos, eu sou, só sossego quando me aceito.

"Como é chato lidar com os fatos.

O cotidiano me aniquila.” *


Como me aniquila essa vida parada, à espera do futuro. Vai me dizer que o amanhã começa no hoje; que se deve plantar antes de esperar a colheita... Sim, sim. Estou por dentro dos clichês. Não tenho dúvidas de que nada brota sem sementes. Mas o que é que há? Não posso ficar de saco cheio do período entre-safras? Não posso querer margaridas fora da estação?

Pois bem! Quero margaridas fora da estação! E se possível rosas, crisântemos e essas flores todas que eu não sei o nome!



*Clarice Lispector, Água viva

quinta-feira, 20 de março de 2008

Como continuar deprimido...

*

O Caldeireiro

Qual é o preço justo para um serviço?

Um caldeireiro foi contratado para consertar um enorme sistema de caldeiras de um navio a vapor que não estava funcionando bem. Após escutar a descrição feita pelo engenheiro quanto aos problemas, e de haver feito umas poucas perguntas, dirigiu-se à sala de máquinas. Olhou para o labirinto de tubos retorcidos, escutou o ruído surdo das caldeiras e o silvo do vapor que escapava, durante alguns instantes; com as mãos apalpou alguns dos tubos. Depois, cantarolando suavemente só para si, procurou em seu avental alguma coisa e tirou de lá um pequeno martelo, com o qual bateu apenas uma vez numa válvula vermelha brilhante. Imediatamente, o sistema inteiro começou a trabalhar com perfeição e o caldeireiro voltou para casa.

Quando o dono do navio recebeu uma conta de $1000, queixou-se de que o caldeireiro só havia ficado na sala de máquinas durante quinze minutos e pediu uma conta pormenorizada. Eis o que o caldeireiro lhe enviou:

Total da conta.......: $1.000,00, assim discriminados:

Conserto com o martelo.....: $ 0,50

Saber onde martelar...........: $ 999,50


(Richard Bandler e John Grinder)

Seus olhos podem lhe enganar...

*
Para aqueles que, igual a São Tomé, só acreditam no que vêem...

A Moça e a Velha




*

Mandalas giratórias

Mova os olhos pelas mandalas para percebê-las girando. Fixe o olhar no centro de uma para estabilizar.


quarta-feira, 19 de março de 2008

Feriado da Primavera

*
21 DE MARÇO (EQUINÓCIO DE PRIMAVERA = Shunbun no hi)
É quando o dia e a noite tem a mesma duração. Neste dia as pessoas visitam os cemitérios em respeito aos seus antepassados.

***

Quando cheguei ao Japão, assim como muitos brasileiros, estranhava alguns feriados japoneses por homenagearem as estações do ano. Depois de um tempo morando por aqui e vivenciando diariamente a cultura japonesa, aprendi a admirar e a perceber a profundidade do entendimento que eles possuem em relação à existência do ser humano e à natureza. Estamos todos interligados. Não existe um eu sem o outro, um nós sem a natureza, um nós e natureza sem Deus.

Fazendo uma analogia para melhor compreensão,se olharmos para um arquipélago, as ilhas todas parecem separadas.Elas são separadas. Mas se mergulharmos fundo no oceano, veremos que as ilhas estão interligadas. Na verdade, elas não são ilhas, são montanhas. Ilhas são montanhas dentro do mar. Então, é claro que se olharmos para as coisas de modo superficial, que é o que a maioria das pessoas faz nos dias de hoje, vamos achar que tudo está separado.


O Japão me ofereceu uma nova visão de mundo e como gratidão à esse país que aprendi a gostar, deixo registrado, para que faça parte das minhas lembranças felizes, uma música que escutei assim cheguei aqui. E, como na estória do pintinho que sai da casca e reconhece a primeira coisa que avista como sua mãe, relaciono essa música como meu "cartão de visita" do Japão e que, por coincidência, a letra tem tudo a ver com minha "metamorfose".



I believe

(Ayaka)

Tenho um redemoinho de
ansiedade
Oculto no coração
Qual desses caminhos que estão à
minha frente
Devo seguir?

Eu me deixava levar pelos outros
Mas não serei mais assim, “adeus”

*Acredito em mim e por acreditar
Sinto que tudo vai começar
Acredito em mim, a luz calorosa
Não engana, vamos segui-la
Acredito...

Ao ver as pessoas com sorriso
amarelo
Que vivem no mundo falso
Suspiro lembrando da minha
infantilidade

(*)

Jurei me tornar “preto”
Para não se tingir de outra cor

Este céu imenso que se reflete nos
olhos
Este desejo de viver à vontade

(*)


terça-feira, 18 de março de 2008

Deus no Budismo

*

"As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?"

(Mahatma Ghandi)




O conceito de Deus não é algo uniforme. Existem tantas versões de Deus como pessoas que acreditam nessas versões, já que o conceito de Deus nunca tem sido algo estático. Tal e como escreve Karen Armstrong em A History of God (Uma história de Deus): “Porém, parece que criar deuses é algo que os seres humanos sempre têm feito. Quando uma idéia de deus deixa de funcionar, simplesmente é substituída. Estas idéias desaparecem tranqüilamente e sem grandes estardalhaços, tal e como aconteceu com a idéia do Deus do Firmamento. Em nossos tempos atuais, muitas pessoas diriam que o Deus adorado durante séculos por judeus, cristãos e muçulmanos tornou-se tão distante como o Deus do Firmamento “

Armstrong conclui como segue: “Os seres humanos não podem resistir o vácuo e a desolação, e preencherão esse vácuo com a criação de um novo foco para dar sentido às coisas. Os ídolos do fundamentalismo não são bons substitutos para Deus. Se devemos criar uma vibrante nova fé para o século 21, talvez deveríamos ponderar a história de Deus para extrair algumas lições e alertas.

Quando aos budistas nos perguntam se acreditamos em Deus, tendemos a responder com nossa própria pergunta: A que Deus se refere?

Trata-se do Deus de Abraham, o Deus do Velho Testamento? Este deus era um pai rigoroso, criador, protetor, que castigava e outorgava leis. Este deus também exigiu a Abraham que sacrificasse seu filho, Isaac, e autorizou a conquista e chacina de milhares de pessoas.

Trata-se do Deus de Agustín, o Deus da Igreja Cristã primitiva? Este era o deus da igreja poderosa, herdeira dos remanescentes do império romano. Este Deus julgava à toda a humanidade, baseado no pecado original de Adão. A religião baseada neste deus exige que nos consideremos como fundamentalmente falhos e originalmente pecaminosos.

Trata-se do Deus de Michelangelo, um deus pessoal, tal e como aparece pintado no teto da Capela Sistina? Este conceito de Deus ajudou a desenvolver o humanismo liberal tão altamente valorizado no Ocidente. Ajustou-se bem a uma Europa que despertava e expandia-se. Este deus ama, julga, castiga, vê, ouve, cria e destrói, tal e como nós o fazemos. Este deus inspira. Porém, isto também poderia significar um impedimento se presumimos que este deus quer o que nós queremos, e detesta o que nós detestamos, o que validaria nossos preconceitos, em vez de incentivar-nos a superá-los. O fato de que este Deus “pessoal ” é homem (e usualmente da raça branca) tem criado profundos problemas existenciais tanto para as mulheres, como para aqueles que não são de raça branca.

Trata-se do Deus onipotente que alguns teólogos acreditam morreu em Auschwitz? Para alguns, a idéia de um Deus todo sapiente e todo poderoso é difícil de reconciliar com a maldade do Holocausto. Isto é assim, já que se Deus é verdadeiramente onipotente, ele poderia ter evitado essa desgraça. E se não conseguiu evitá-la, é impotente; e se podia evitá-la, mas optou por não fazê-lo, não é benevolente.

Igualmente, nosso rápido avanço no conhecimento científico sobre o universo torna aparente que Deus já não está “lá em cima ”, nem “lá fora ”. Nos céus parece estar ausente a protetora, julgadora, e zelosa presença divina, tal e como a concebia o mundo antigo. Segundo John Shelby Spong, bispo episcopal e autor de Why Christianity Must Change or Die (Por quê o Cristianismo tem que mudar ou morre), o resultado disto é que dezenas de milhões de pessoas são “crentes no exílio ” que têm perdido contacto com estas imagens de Deus, tal e como são ensinadas desde os púlpitos tradicionais; porém, esses mesmos crentes não estão preparados para abandonar o conceito de Deus em sua totalidade.

Tal e como uma serpente muda a pele no processo de crescimento, no presente, somos testemunhas do crescimento de nosso conceito coletivo de Deus, ao deixar para trás a antiga, e para alguns, inadequada noção que tínhamos, enquanto nasce um novo conceito que ainda não está claro? Há quem acredita que, de fato, nesta era pós-moderna uma nova visão de Deus está em processo de emergir. Esta visão deixa para trás as imagens do teísta, histórico e externo Deus das alturas, e as substitui por imagens com profundidade interna de um deus que não está fora, mas que é parte integrante e fundamental de nós. Esta é uma perspectiva muito consistente com o conceito budista da Lei Mística.

Esta Lei Mística é a entidade ou verdade máxima que impregna todos os fenômenos no universo, e não é um ser personificado. O ser humano e esta Lei máxima são supremamente inseparáveis – não existe brecha alguma entre os seres humanos (todos, sem exceção) e esta idéia de Deus como uma Lei Mística.

Esta verdade eterna e inalterável que reside dentro de nós é a fonte onde podemos obter a sabedoria benevolente que concorde com as circunstâncias cambiantes, assim como conquistar a coragem e confiança para viver de acordo com essa sabedoria. É mística, e não mágica, já que a totalidade desta Lei está além da conceição humana, e os esforços por enquadrá-la em forma humana, por assim dizê-lo, somente a restringe e a limita. É uma lei porque é manifestamente verificável nas vidas cotidianas de cada ser humano.

Esta realidade máxima, verdade máxima, pureza máxima, existe nas profundezas de cada ser humano. Por isto nós budistas consideramos que toda pessoa é sagrada e está igualmente dotada com o potencial de atingir a iluminação e ser maravilhosamente feliz. Não existe tal coisa como nós aqui e eles lá, nem tampouco os fiéis e os incrédulos – todos somos filhos e filhas de Deus, entidades da Lei Mística.

Enquanto outros olharam para os céus, Buda olhou para dentro e encontrou a inestimável jóia da maravilha e o potencial humano. Reconheceu que nós também somos feitos da “matéria prima ” divina da qual é feito o universo. Simplesmente, esquecemos quem éramos.

Portanto, acreditamos em Deus? Segundo a maioria das definições tradicionais, não. Mas em termos de como um crescente número de cristãos conceitua Deus, acreditamos sim. Nosso nome para Deus é Nam-myoho-rengue-kyo, a Lei Mística. Acreditamos que existe tanto “aqui dentro ”, como “lá fora ”, e que esta luz interior pode brilhar de dentro quando nos conscientizamos dela e lhe abrimos nosso coração através do ato de recitar Nam-myoho-rengue-kyo.

Certamente, haverá muita gente para quem esta maneira de compreender Deus será inaceitável. Tudo bem. Mas também haverá muitos para os quais isto repercutirá. Gente que encontrará que realmente deixou de aceitar as versões iniciais de Deus; que têm começado a conceber o universo de forma diferente; e que o conceito de Deus como Lei Mística equipara-se com o entendimento que têm alcançado por conta própria. Descobrirão que de maneira muito precisa, em nosso ser espiritual a Lei Mística pode preencher o vácuo com forma de deus.


extraído do site sobre "Budismo"

segunda-feira, 17 de março de 2008

Três Dias para Ver

Por Helen Keller

O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão?
Helen Keller (1880-1968), uma mulher extraordinária, cega, surda e muda desde bebê, nos chama a atenção para a apreciação de nossos sentidos, algo que normalmente não percebemos. Apenas de posse do sentido do tato e uma perseverança inigualável, sob a orientação de Anne Sullivan Macy, Keller pôde aprender a ler e escrever pelo método Braille, chegando mesmo a falar, por imitação das vibrações da garganta de sua preceptora, as quais captava com as pontas dos dedos. O esforço de sua mente em procurar se comunicar com o exterior teve como resultado o afloramento de uma inteligência excepcional, considerada a maior vitória individual da história da educação. Ela foi uma educadora, escritora e advogada de cegos. Tinha muita ambição e grande poder de realização. Ao lado de Sullivan, percorreu vários países do mundo promovendo campanhas para melhorar a situação dos deficientes visuais e auditivos. É considerada uma das grandes heroínas do mundo. A Srta. Helen alterou nossa percepção do deficiente.

Publicado no Reader’s Digest (Seleções) há 70 anos.

Várias vezes pensei que seria uma benção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no principio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão e o silencio lhe ensinaria as alegrias do som.

De vez em quando testo meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. “Nada de especial”, foi à resposta.

Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tacto encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando.

Às vezes meu coração anseia por ver tudo isso. Se consigo ter tanto prazer com um simples toque, quanta beleza poderia ser revelada pela visão! E imaginei o que mais gostaria de ver se pudesse enxergar, digamos por apenas três dias.

Eu dividiria esse período em três partes. No primeiro dia gostaria de ver as pessoas cuja bondade e companhias fizeram minha vida valer a pena. Não sei o que é olhar dentro do coração de um amigo pelas “janelas da alma”, os olhos. Só consigo “ver” as linhas de um rosto por meio das pontas dos dedos. Posso perceber o riso, a tristeza e muitas outras emoções. Conheço meus amigos pelo que toco em seus rostos.
Como deve ser mais fácil e muito mais satisfatório para você, que pode ver, perceber num instante as qualidades essenciais de outra pessoa ao observar as sutilezas de sua expressão, o tremor de um músculo, a agitação das mãos. Mas será que já lhe ocorreu usar a visão para perscrutar a natureza íntima de um amigo? Será que a maioria de vocês que enxergam não se limita a ver por alto as feições externas de uma fisionomia e se dar por satisfeita?

Por exemplo, você seria capaz de descrever com precisão o rosto de cinco bons amigos? Como experiência, perguntei a alguns maridos qual a exata cor dos olhos de suas mulheres e muitos deles confessaram, encabulados, que não sabiam.
Ah, tudo que eu veria se tivesse o dom da visão por apenas três dias!

O primeiro dia seria muito ocupado. Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por muito tempo, imprimindo em minha mente as provas exteriores da beleza que existe dentro deles. Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão da beleza ansiosa e inocente que precede a consciência individual dos conflitos que a vida apresenta. Gostaria de ver os livros que já foram lidos para mim e que me revelaram os meandros mais profundos da vida humana. E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus cães, o pequeno scottie terrier e o vigoroso dinamarquês.
À tarde daria um longo passeio pela floresta, intoxicando meus olhos com belezas da natureza. E rezaria pela glória de um pôr-do-sol colorido. Creio que nessa noite não conseguiria dormir.

No dia seguinte eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao empolgante milagre da noite se transformando em dia. Contemplaria assombrado o magnífico panorama de luz com que o Sol desperta a Terra adormecida.
Esse dia eu dedicaria a uma breve visão do mundo, passado e presente. Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os museus. Ali meus olhos, veriam a história condensada da Terra -- os animais e as raças dos homens em seu ambiente natural; gigantescas carcaças de dinossauros e mastodontes que vagavam pelo planeta antes da chegada do homem, que, com sua baixa estatura e seu cérebro poderoso, dominaria o reino animal.

Minha parada seguinte seria o Museu de Artes. Conheço bem, pelas minhas mãos, os deuses e as deusas esculpidos da antiga terra do Nilo. Já senti pelo tacto as cópias dos frisos do Paternon e a beleza rítmica do ataque dos guerreiros atenienses. As feições nodosas e barbadas de Homero me são caras, pois também ele conheceu a cegueira.

Assim, nesse meu segundo dia, tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte. Veria então o que conheci pelo tacto. Mais maravilhoso ainda, todo o magnífico mundo da pintura me seria apresentado. Mas eu poderia ter apenas uma impressão superficial. Dizem os pintores que, para se apreciar a arte, real e profundamente, é preciso educar o olhar. É preciso, pela experiência, avaliar o mérito das linhas, da composição, da forma e da cor. Se eu tivesse a visão, ficaria muito feliz por me entregar a um estudo tão fascinante.

À noite de meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema. Como gostaria de ver a figura fascinante de Hamlet ou o tempestuoso Falstaff no colorido cenário elisabetano! Não posso desfrutar da beleza do movimento rítmico senão numa esfera restricta ao toque de minhas mãos. Só posso imaginar vagamente a graça de uma bailarina, como Pavlova, embora conheça algo do prazer do ritmo, pois muitas vezes sinto o compasso da música vibrando através do piso. Imagino que o movimento cadenciado seja um dos espetáculos mais agradáveis do mundo. Entendi algo sobre isso, deslizando os dedos pelas linhas de um mármore esculpido; se essa graça estática pode ser tão encantadora, deve ser mesmo muito mais forte a emoção de ver a graça em movimento.

Na manhã seguinte, ávida por conhecer novos deleites, novas revelações de beleza, mais uma vez receberia a aurora. Hoje, o terceiro dia, passarei no mundo do trabalho, nos ambientes dos homens que tratam do negócio da vida. A cidade é o meu destino.

Primeiro, paro numa esquina movimentada, apenas olhando para as pessoas, tentando, por sua aparência, entender algo sobre seu dia-a-dia. Vejo sorrisos e fico feliz. Vejo uma séria determinação e me orgulho. Vejo o sofrimento e me compadeço.

Caminhando pela 5ª Avenida, em Nova York, deixo meu olhar vagar, sem se fixar em nenhum objeto em especial, vendo apenas um caleidoscópio fervilhando de cores. Tenho certeza de que o colorido dos vestidos das mulheres movendo-se na multidão deve ser uma cena espetacular, da qual eu nunca me cansaria. Mas talvez, se pudesse enxergar, eu seria como a maioria das mulheres – interessadas demais na moda para dar atenção ao esplendor das cores em meio à massa.

Da 5ª Avenida dou um giro pela cidade – vou aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças brincam. Viajo pelo mundo visitando os bairros estrangeiros. E meus olhos estão sempre bem abertos tanto para as cenas de felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu possa descobrir como as pessoas vivem e trabalham, e compreendê-las melhor.

Meu terceiro dia de visão está chegando ao fim. Talvez haja muitas atividades a que devesse dedicar as poucas horas restantes, mas aço que na noite desse último dia vou voltar depressa a um teatro e ver uma peça cômica, para poder apreciar as implicações da comédia no espírito humano.

À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre mim. Claro, nesses três curtos dias eu não teria visto tudo que queria ver. Só quando as trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto eu deixei de apreciar.

Talvez este resumo não se adapte ao programa que você faria se soubesse que estava prestes a perder a visão. Nas sei que, se encarasse esse destino, usaria seus olhos como nunca usara antes. Tudo quanto visse lhe pareceria novo. Seus olhos tocariam e abraçariam cada objeto que surgisse em seu campo visual. Então, finalmente, você veria de verdade, e um novo mundo de beleza se abriria para você.

Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos. Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tacto. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contacto fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso.

domingo, 16 de março de 2008

A Cigarra e a Formiga (séc. 21)

Era uma vez uma formiga e uma cigarra que eram muito amigas. Durante todo o Outono a formiga trabalhou sem parar, armazenando comida para o Inverno.


Não aproveitou o sol, a brisa suave do fim da tarde, nem duma conversa com os amigos a tomar uma cervejinha depois do dia de trabalho.
Enquanto isso, a cigarra só andava a cantar com os amigos nos bares da cidade, não desperdiçou nem um minuto sequer, cantou durante todo o Outono, dançou, aproveitou o sol, desfrutou muito sem se preocupar com o mau tempo que estava para vir.


Passados uns dias começou o frio, a formiguita, exausta de tanto trabalhar meteu-se na sua pobre guarida cheia de comida até ao teto.



Mas, alguém a chamou da rua e assim que abriu a porta teve uma surpresa quando viu a sua amiga cigarra num Ferrari e com um valioso casaco de peles.

A cigarra disse-lhe:
- Olá amiga! Vou passar o Inverno a Paris. Podes cuidar da minha casita?
A formiga respondeu:
- Claro! Sem problemas. Mas o que aconteceu? Onde conseguiste o dinheiro para ir a Paris, comprar esse Ferrari e esse casaco tão bonito e caro?
E a cigarra respondeu:
- Imagina lá, que eu estava a cantar num bar a semana passada e um produtor gostou da minha voz… Assinei um contrato para fazer shows em Paris. A propósito, precisas de alguma coisa de lá?


- Sim, - disse a formiga – se te encontrares lá com um tal de La Fontaine,...
...MANDA-O F*D*R, E DIZ QUE VAIS DA MINHA PARTE.


Moral da História:


Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefícios em fábulas de La Fonteine e ao seu patrão.

Trabalhe, mas curta a vida...ela é única!


sábado, 15 de março de 2008

A captura dos macacos

*

A história é muito antiga, mas não menos curiosa.

Algumas tribos africanas utilizam um engenhoso método para capturar macacos. Como estes são muito espertos e vivem saltando nos galhos mais altos das árvores, os nativos desenvolveram o seguinte sistema:

1) Pegam uma cumbuca de boca estreita;
2) Em seguida, amarram-na ao tronco de uma árvore freqüentada por macacos, afastam-se e esperam.
3) Após isso um macaco curioso desce;
4) Enfia a mão. Apanha a fruta, mas como a boca do recipiente é muito estreita, ele não consegue retirar a banana.

Surge um dilema: se largar a banana sua mão sai e ele pode ir embora livremente; caso contrário, continua preso na armadilha.

Depois de um tempo, os nativos voltam e, tranqüilamente, capturam os macacos que teimosamente se recusam a largar as bananas. O final é meio trágico, pois os macacos são capturados para servirem de alimento.

Você deve estar achando inacreditável o grau de estupidez dos macacos, não é? Afinal, basta largar a banana e ficar livre do destino de ir para a panela.

Fácil demais...

O detalhe deve estar na importância exagerada que o macaco atribui à banana. Ela já está ali, na sua mão... Parece ser uma insanidade largá-la. Essa história é engraçada, porque muitas vezes, fazemos exatamente como os macacos.

Você nunca conheceu alguém que está totalmente insatisfeito com o emprego, mas insiste em permanecer mesmo sabendo que está cultivando um infarto? Ou alguém que não está satisfeito com o que faz, e ainda assim faz apenas pelo dinheiro? Os casais com relacionamentos completamente deteriorados, que permanecem sofrendo, sem amor e compreensão? Ou pessoas infelizes por causa de decisões antigas, que adiam um novo caminho que poderia trazer de volta a alegria de viver?

A vida é preciosa demais para trocarmos por uma banana – que apesar de estar na nossa mão, pode levar-nos direto a panela.

"Créu" na música brasileira

Achei muito interessante a opinião que se segue. Tendo em vista as circuntâncias atuais, são poucos os que conseguem "sair do quadro para enxergar a moldura" e ter a consciência dos rumos degradantes da nossa cultura musical (... e por consequência de todo o resto.)

Autor: Gerson Nyland/Empresário - Jornal Gazeta do Sul

Mesmo sendo um mero apreciador, confesso que estou preocupado com os rumos da música, principalmente a brasileira. Na minha juventude, curti muito (e ainda considero a melhor música) bandas tipo Bee Gees, Dire Straits, The Police, Queen, U2, Roupa Nova, 14 Bis e etc… Músicas de qualidade, de letras que fazem sentido. Nessa época também a MPB já mostrava o talento dos brasileiros pelo mundo afora. Paulinho da Viola, Gal Costa, Alcione, Caetano Veloso, etc… Tivemos e temos verdadeiros gênios musicais como Hermeto Pascoal, Sivuca, Tom Jobim, Chico Buarque e assim por diante.

Mas cá entre nós, há uns 15 anos que a coisa realmente desandou. Nunca me esqueço de um domingo à tarde junto ao meu avô Renaldino assistindo ao “Gugu”, já começavam a surgir as aberrações musicais. Quero dizer, a fazer sucesso. Lembram do grupo É o Tchan? “segura o tchan, amarra o tchan…”. O vô disse, com olhos fixos na Carla Perez e seu exuberante traseiro (eu também, é claro): “Ah… se isto é música!” Pior que era… Vendia mais que Milton Nascimento. O sucesso “Na boquinha da Garrafa” então. Por favor! Claro que isso era herança da cantora (?) Gretchen e seu desempenho carnal nos palcos, mas esta só fez sucesso entre os homens, e olha lá…

Aí apareceu um tal de “Bonde do Tigrão”. Cruzes. Era só o que dava nos programas de auditório. Ganharam Disco de Ouro. Inacreditável. Com os hits “Cerol na mão” e “Tchutchuca”, deixaram o Roberto Carlos para trás em vendas. Ainda bem que não durou.

Pra quem pensou que nada podia ser pior, se enganou. Meu avô e meu pai, já falecidos lá pelo final da década 90, apreciadores e intérpretes da boa música, escaparam de ter que escutar um tal de MC Serginho cantando “Lacraia…vai Lacraia” por três meses ininterruptos em diversos canais de TV. Como pode? Sem falar da “Eguinha Pocotó”, essa música de letra altamente inteligente, se tocada em um estábulo, lógico.

Mais recentemente, há uns sete anos, apareceu uma baita figura: Tati Quebra Barraco, com o “megasucesso” Fogão Dako. “Dako é bom… Dako é bom…” Que romântico. A moça enriqueceu de tanto fazer show em bailes funk, que aliás são uma competição de bunda por parte das “Funkeiras”, e de palavrões por parte dos “MCs”. Essas batidas os “manos” acham “muito maneiro”! E se matam brigando nos bailes.

Nesse meio tempo, outros “artistas” não menos talentosos deram o ar da graça, como Tiririca, DJs desbocados e pagodeiros em geral. Sem falar da atual “Piriguete”.

Então pensei um dia: bom, basta manter meu aparelho de TV distante de Faustão, Gugu Liberato e afins, que escapo de ver novas baboseiras.

Mas a última decepção veio assistindo ao Fantástico e reportagens sobre o Carnaval. Um fulano auto-intitulado DJ Creu “compôs” o sucesso “Creu”, uma dança com gestos que incitam o erotismo, a libertinagem e tudo de ruim que pode tomar a mente das crianças e jovens de hoje. A letra diz: “Eu fui cozinhar um ovo, mas tinha um pinto dentro, Já pensou se eu cozinho, com o pinto lá dentro”. Rapaz! E a moda tá pegando! Desisto.

Só peço a Deus força pra manter meus filhos longe desse tipo de barulho que alguns insistem em chamar de música. Repetindo o que diria meu avô: “Ah… se isso é música…”.


sábado, 8 de março de 2008

Dia Internacional da Mulher

Confesso que já ia me esquecendo desse dia, que por sinal é importantíssimo, mas que me deixa injuriada com as piadinhas do tipo "aproveite seu dia de hoje porque os outros 364 são exclusivamente dos homens!". Para os ignorantes de plantão vale lembrar o por quê deste dia para que tenham consciência que esta data é apenas um ponto de partida para que os temas que nos interessam sejam tratados no decorrer de todo o ano.


História do 8 de Março

Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". De então, o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.

A celebração deste dia pretende chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à classe feminina.

Muito me pergunto se já não seria o caso de instituir o "dia internacional do homem" para que estes revejam seus paradigmas e se requalifiquem para uma nova sociedade. Sociedade esta que requer homens de inteligência, sensíveis e que sejam capazes de compreender o real valor do ser humano... seja ele homem ou mulher.


Mulher
Ilsa da Luz Barbosa

Você que busca no dia a dia sua
independência, sua liberdade, sua
identidade própria;

Você que luta profissional e
emocionalmente, para ser
valorizada e compreendida;

Você que a cada momento tenta ser a
companheira, a amiga, a "rainha do lar";

Você que batalha incansavelmente por seus
próprios direitos e também por um mundo
mais justo e por uma sociedade sem
violências;

Você que resiste aos sarcasmos daqueles
que a chamam de, pejorativamente, de
feminista liberal e que já ocupa um
espaço na fábrica, na escola, na
empresa e na política;

Você, eu, nós que temos a capacidade de
gerar outro ser, temos também o dever de
gerar alternativas para que a nossa Ação
criadora, realmente ajude
outras
mulheres a conquistarem
a liberdade de Ser...

terça-feira, 4 de março de 2008

As 7 Maravilhas do Mundo

*

Um grupo de estudantes de geografia estudou as sete maravilhas do mundo. No final da aula, foi pedido aos estudantes para fazerem uma lista do que eles pensavam que fossem consideradas as sete maravilhas atuais do mundo. Embora houvesse algum desacordo, começaram os votos:

1. Pirâmides Grandes do Egito
2. Taj Mahal
3.
Grand Canyon
4. Canal de Panamá
5.
Empire State Building
6. Basílica de St. Peter
7. A Grande Muralha da China

Ao recolher os votos, o professor notou uma estudante muito quieta. A menina, não tinha virado sua folha ainda. O professor então perguntou à ela se tinha problemas com sua lista.

A menina quieta respondeu: - Sim, um pouco. Eu não consigo fazer a lista, porque são muitos.

O professor disse: - Bem, diga-nos o que você já tem e talvez nós possamos ajudá-la.
A menina hesitou, então leu: - Eu penso que as sete maravilhas do mundo sejam:

1.tocar
2. sentir sabor
3. ver
4. ouvir
5. sentir
6. rir
7. e amar

A sala então ficou completamente em silêncio. É fácil para nós olharmos as façanhas do homem, já que negligenciamos tudo o que Deus fez para nós. Que você possa se lembrar hoje daquelas coisas que são verdadeiramente maravilhosas.


Reflexões do Guerreiro da Luz


Carlos Castañeda diz: "o grande poder do ser humano está na sua capacidade de tomar decisões". Cada decisão que tomamos nos permite modificar o futuro e o passado.
Escolher significa: "eu me comprometo." Quando alguém faz uma escolha, deve lembrar-se que o caminho a ser percorrido vai ser muito diferente do caminho imaginado. Escolher significa: "bem, eu sei onde quero chegar".
Escolher também significa: "terei que abandonar uma série de coisas."
É com este compromisso que o guerreiro da luz segue adiante.

Lição de Criatividade

*
Um cachorrinho perdido na selva vê um tigre correndo em sua direção.
Pensa rápido, vê uns ossos no chão e se põe a mordê-los.
Então, quando o tigre está pronto atacá-lo, o cachorrinho diz:
- Ah, que delícia este tigre que acabo de comer!
O tigre pára bruscamente e sai apavorado correndo do cachorrinho, e no caminho vai pensando:
- Que cachorro bravo! Por pouco não me come a mim também!
Um macaco, que havia visto a cena, sai correndo atrás do tigre e conta como ele tinha sido enganado.
O tigre, furioso, diz:
- Cachorro maldito! Vai me pagar!
O cachorrinho vê que o tigre vem atrás dele de novo e desta vez traz o macaco montado em suas costas.
-Ah, macaco traidor! O que faço agora?, pensou o cachorrinho.
Em vez de sair correndo, ele ficou de costas, como se não estivesse vendo nada.
Quando o tigre está a ponto de atacá-lo de novo, o cachorrinho diz:
- Macaco preguiçoso! Faz meia hora que eu mandei me trazer um outro tigre e ele ainda não voltou!

Organize seu tempo

1. Dedique tempo para trabalhar: é o preço do triunfo.
2. Dedique tempo para pensar: é a fonte do poder.
3. Dedique tempo para recrear: é o segredo da juventude.
4. Dedique tempo para ler: é a base do conhecimento.
5. Dedique tempo para adorar: é o caminho da reverência.
6. Dedique tempo para com os amigos: é o caminho da felicidade.
7. Dedique tempo para amar e ser amado: é o gérmen criador de endorfinas (substância da alegria e bem estar).
8. Dedique tempo para sonhar: eleva a alma às estrelas.
9. Dedique tempo para rir: alivia as tensões da vida.
10.Dedique tempo para planejar: é o segredo de como encontrar tempo para as nove coisas anteriores.

sábado, 1 de março de 2008

Conselhos úteis

Imagine a vida como um jogo no qual você faz malabarismo com cinco bolas que lança no ar. Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito.
O trabalho é uma bola de borracha. Se cair, bate no chão e pula para cima. Mas as quatro outras não são de borracha. Se caírem no chão se quebrarão e ficarão permanentemente danificadas. Entenda isso e busque o equilíbrio na vida. E como conseguir isso?

Anote aí dez conselhos simples:

1. Não diminua seu próprio valor, comparando-se com outras pessoas. Somos todos diferentes. Cada um de nós é um ser especial. Não fixe seus objetivos com base no que os outros acham importante. Só você está em condições de escolher o que é melhor para si próprio.

2. Dê valor e respeite as coisas mais queridas ao seu coração. Apegue-se a elas como à própria vida. Sem elas a vida carece de sentido. Não deixe que a vida escorra entre os dedos por viver no passado ou no futuro.
Se viver um dia de cada vez, viverá todos os dias de sua vida.

3. Não desista quando ainda é capaz de um esforço a mais. Nada termina até o momento em que se deixa de tentar. Não tema admitir que não é perfeito.

4. Não tema enfrentar riscos. É correndo riscos que aprendemos a ser valentes.

5. Não exclua o amor de sua vida dizendo que não se pode encontrá-lo. A melhor forma de receber amor é dá-lo. A forma mais rápida de ficar sem amor é apegar-se demasiado a si próprio. A melhor forma de manter o amor é dar-lhe asas.

6. Não corra tanto pela vida a ponto de esquecer onde está e para onde vai.

7. Não tenha medo de aprender. O conhecimento é leve. É um tesouro que se carrega facilmente.

8. Não use imprudentemente o tempo ou as palavras, por ser impossível recuperar.

9. A vida não é uma corrida, mas sim uma viagem que deve ser desfrutada a cada passo.

10. Lembre-se: o ontem é história. O amanhã é mistério e o hoje é uma dádiva, por isso se chama "presente".
Viva o presente com muita energia!
Pense nisso!