sábado, 27 de dezembro de 2008

O exemplo da Aguia

Esta estoria da aguia 'e ilustrativa, mas muito estimulante...

domingo, 21 de dezembro de 2008

Ser Grande


*
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.


Fernando Pessoa
(Ricardo Reis)

Ciência Divina

*

“Cada pensamento é uma causa
e cada condicionamento um efeito.
Por essa razão, é essencial que você
tome cuidado com todos os seus pensamentos
a fim de ter apenas situações ou condições favoráveis.”
Dr. Joseph Murphy

Crenças da Ciência Divina

A vida é contínua.
Ela surge da Vida Divina, que é boa em todas as suas manifestações.
Há apenas um Poder em todo o Universo, o Poder que chamamos Deus.
Não há o mal exceto aquele que é feito pelo homem.
O estado normal do homem é de saúde abundante.
O Propósito Divino é expressar a Alegria de Viver.

O Ser segundo a Ciência Divina

Deus é tudo, tanto o que é visível quanto o que é invisível.
Sua Presença, Sua Mente, Seu Poder é tudo.
Este Ser, que é tudo, é a vida perfeita, o amor perfeito, e a substância perfeita.
O ser humano é a expressão individualizada de Deus, é sempre um com a vida perfeita, com o perfeito amor, e a perfeita substância.
As bases da Ciência Divina

A verdade fundamental da Ciência Divina é que o Ser Ilimitado, Deus (o bem), é igualmente presente onde quer que seja e é o TODO de tudo.
Deus é puro Espírito, absoluto, imutável, eterno, manifesto em toda a criação.
A conclusão lógica é que não pode haver outra presença além da presença de Deus; nenhum outro poder além do poder de Deus; nenhum outro conhecimento além do conhecimento de Deus.
Se Deus é onipresente, o que acontece com o mal? O que acontece com a escuridão que preenche um quarto quando a luz é ligada? A escuridão não sai e vai para algum outro lugar, ela simplesmente não existe na presença da luz. A escuridão não é uma realidade, é meramente a ausência da luz. Da mesma maneira, quando o pensamento da pessoa esta centrado na onipresença de Deus, o pensamento do mal não sai e continua a existir em algum outro lugar; ele simplesmente se torna não existente. O mal não tem realidade em si mesmo; ele pode ter existência apenas quando alguém permite, através de sua crença nele.

A Ciência Divina se baseia na verdade imutável que Deus constitui a natureza de todos os seres e que Deus preenche todas as manifestações visíveis e invisíveis da existência. Esta verdade nunca muda. Toda verdade é tão disponível para a humanidade de nossos dias como foi para Moisés, Elias e Jesus. Nada que uma pessoa faz ou deixa de fazer irá separá-la da Fonte de onde fomos criados. Paulo nos lembra: "... nEle vivemos, e nos movemos, e existimos;" At (17.28)
A Ciência Divina ensina que a plenitude do Espírito está continuamente brotando através da mente do ser humano, limitada apenas pela maneira como a pessoa pensa e sente a respeito da vida em geral e a respeito de certas condições e circunstâncias em particular. Assim sendo, toda mudança começa como uma atividade mental e através da lei da causa e efeito, a mente manifesta como uma experiência pessoal. A evidência física de qualquer ensinamento não se fundamenta na autoridade ou história de uma organização, mas na habilidade do indivíduo provar o ensinamento. Por isso a Ciência Divina é reconhecida como um ensinamento que não se fundamenta na hierarquia mas na demonstração desses princípios através da vida pessoal e do trabalho.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O ancião e a jabuticabeira


*

O ancião estava cuidando da planta com todo o carinho. O jovem se aproximou e perguntou:
- Que planta é esta que o senhor está cuidando?
- É uma jabuticabeira. - Respondeu ele.
- E ela demora quanto tempo para dar frutos?
- Pelo menos uns quinze anos. - Informou ao jovem.
- E o senhor espera viver tanto tempo assim? - Indagou irônico.
- Não creio que viva mais tanto tempo, pois já estou no fim da minha jornada. - Disse o ancião.
- Então, que vantagem você leva com isso?
- Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria jabuticabas, se todos pensassem como você...

Sua mente executa o seu pedido

*

Palavras, pensamentos ou atos seus ou de terceiros, positivos ou negativos, fazem a sua mente executar o que lhe é pedido.
Basta que você os aceite. Essa ação sempre acontecerá, independente se traga ou não resultados positivos para você.
Conta-se que um cientista de Phoenix, Arizona, queria provar essa teoria. Precisava de um voluntário que chegasse às últimas conseqüências.
Conseguiu um em uma penitenciária. Era um condenado à morte, que seria executado em uma cadeira elétrica.
O cientista lhe propôs o seguinte: Ele participaria de uma experiência científica, na qual seria feito um pequeno corte em seu pulso, o suficiente para gotejar o seu sangue até a última gota.
Ele teria uma chance de sobreviver, caso o sangue coagulasse.
Se isso acontecesse, ele ganharia a liberdade, caso contrário, ele iria falecer pela perda do sangue. Porém, teria uma morte sem sofrimento e sem dor.
O condenado aceitou, pois era preferível a morrer na cadeira elétrica, e ainda teria a chance de sobreviver.
Ele foi colocado em uma cama alta, dessas de hospital, e amarraram seu corpo para que não se movesse.
Fizeram um pequeno corte em seu pulso. Abaixo do pulso foi colocada uma pequena vasilha de alumínio. Foi dito a ele que ouviria o gotejar de seu sangue na vasilha.
O corte foi superficial e não atingiu nenhuma veia ou artéria, mas foi suficiente para que ele sentisse o pulso sendo cortado.
Sem que ele soubesse, debaixo de sua cama tinha um frasco de soro com uma pequena válvula.
Ao cortarem seu pulso, abriram a válvula do frasco para que ele acreditasse que era o sangue dele.
Na verdade, era o soro do frasco que gotejava. De dez em dez minutos, o cientista, sem que o condenado visse, fechava um pouco a válvula do frasco e o gotejamento diminuía. O condenado acreditava que era seu sangue que estava diminuindo.
Com o passar do tempo, foi perdendo a cor e ficando cada vez mais pálido.
Quando o cientista fechou a válvula, o condenado teve uma parada cardíaca e morreu, sem ter perdido uma gota de sangue.
O cientista conseguiu provar que a mente humana cumpre ao pé da letra, tudo que lhe é enviado e aceito pela pessoa, seja positivo ou negativo e que sua ação envolve todo o organismo, quer seja na parte psíquica quer seja na parte orgânica.
Essa pesquisa é um alerta para filtrarmos o que enviamos para nossa mente, pois ela não distingue o real da fantasia, o certo do errado: simplesmente grava e executa o que lhe é enviado.
Somos o que pensamos e acreditamos ser. Reflita sobre o que você está fazendo com você mesmo.

crenças

O efeito de suas crenças em sua vida

A crença determina o que você pode ou não fazer, justamente porque acredita que pode ou não realizar determinada coisa.
Seu sistema de crenças faz com que você siga determinados padrões de comportamento que moldam os resultados que obterá na vida, o quanto atingirá, em que nível atingirá seus objetivos. São as crenças que definem seus objetivos.
Crenças são princípios ou tipos de pensamentos que usamos para nos orientarmos. Diferem de pessoas para pessoas, de grupo para grupo, de região para região e de país para país. O que é importante e verdadeiro para você pode não ser a mesma coisa para outras pessoas, ou outras culturas.
Se você mudar suas crenças, suas ações e comportamentos também mudam.
Se você romper ou alterar seu padrão de crenças, ou copiar o sistema de crença de outra pessoa, acabará tendo os mesmos resultados que ela.

Uma crença que você aprendeu sem pensar, nem mesmo percebe que age sobre você. E imediatamente começa reagir (ou agir) desta ou daquela maneira.

Conheça e, se quiser, mude suas crenças, que sua vida também mudará.

sábado, 13 de dezembro de 2008

viver

É fácil viver no mundo conforme a opinião das pessoas. É fácil, na solidão, viver do jeito que se quer. Mas o grande homem é aquele que, no meio da multidão, mantém com perfeita doçura a independência da solidão.

Ralph Waldo Emerson

sábado, 15 de novembro de 2008

Regenerados

*

Regenerados são os seres humanos que notaram que não podem modificar o mundo dos outros, mas apenas o seu próprio mundo. Que os indivíduos, lugares e ambientes não podem ser mudados, e que as únicas coisas que podem e devem ser alteradas são suas atitudes pessoais, reações e atos relacionados a esses mesmos
indivíduos, lugares e ambientes de sua vida.

Conseguiram angariar sabedoria em decorrência das vivências anteriores. Diferenciam o que lhes cabe fazer e, por conseguinte, o que são deveres dos outros. Só fazem, portanto, auto-julgamento, deixando a cada um realizar sua própria avaliação.

Na realidade, trazem certas competências e destrezas alicerçadas no poder de observação, por já possuírem uma considerável ―coleta de dados. São consideradas criaturas sábias, por seus constantes ―insights, isto é, compreensões súbitas diante de decisões e resoluções da vida.

São homens que adquiriram a habilidade de resolver suas dificuldades com recursos novos e criativos, usando maneiras inovadoras de solucionar os acontecimentos do cotidiano.

Reconhecem que a vida é uma sucessão de ocorrências interdependentes, por possuírem a capacidade de observar as relações existenciais. Sempre lançam mão dos fatos passados e os entrelaçam aos atuais, chegando à profunda compreensão das situações e de seus problemas.

Descortinaram horizontes novos, porque reservaram no dia-a-dia algum tempo para se conhecer melhor, anotando idéias e sensações a fim de esclarecer para si próprios o porquê de sentimentos desconexos, emoções variáveis e ações contraditórias, visto que tal conhecimento os ajudará a viver de forma mais serena e previsível.

Obtiveram transformações íntimas, surpreendentes, pois conseguiram se ver como realmente são.

Retiram máscaras, que inicialmente lhes davam um certo conforto e segurança, já que depois, eles mesmos reconheceram que elas os aprisionavam por entre grilhões e opressões.

Aprenderam que não vale a pena representar inúmeros papéis, como se a vida fosse um grande teatro, mas sobretudo assumir sua própria missão na Terra, porque constataram que cada um tem uma quota própria de contribuição perante a Criação, e que não nasce no Planeta nenhuma criatura cuja tarefa não tenha sido predeterminada.

Reconheceram que o erro nunca será motivo de abatimento e paralisação e sim de estímulo ao aprendizado. Por isso, seguem adiante, pacientes consigo mesmos e com os outros, ganhando cada vez mais autonomia e discernimento ante as leis de amor que regem o Universo.



Trecho do livro "Renovando Atitudes"

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Oração

de S. Francisco de Assis, entregue a todo o mundo:


Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz.
Onde haja ódio, consenti que eu semeie amor;
perdão, onde haja injúria;
fé, onde haja dúvida;
esperança, onde haja escuridão;
alegria, onde haja tristeza.
Ó Divino Mestre! Permiti que eu não procure tanto ser consolado, quanto consolar; ser compreendido, quanto compreender; ser amado, quanto amar. Porque é dando que recebemos; perdoando que somos perdoados. E é morrendo que nascemos para a Vida Eterna.

*

Não se incomode

Traduzido por Guilherme de Almeida

"Não se incomode.
Há duas coisas que podem incomodar:
Ser você bem sucedido, ou ser mal sucedido.
Se for bem sucedido,
Não há motivo algum para se incomodar;
Se fôr mal sucedido, de duas uma :
Ou você conserva a sua saúde, ou fica doente.
Se conservar a sua saúde,
Não há motivo algum para se incomodar;
Se ficar doente, de duas uma:
Ou você sara, ou você morre.
Se você sarar,
Não há motivo algum para se incomodar;
Sc morrer, de duas uma:
Ou você vai para o céu, ou para o inferno.
Se for para o céu,
Não há motivo algum para se incomodar;
Se for para o inferno,
Você terá que cumprimentar tantos conhecidos,
Que não terá tempo para se incomodar..."

sábado, 27 de setembro de 2008

Se tu quiseres crer

*



Há momentos na vida em que nos sentimos frágeis. Nossas convicções teóricas não dão conta de nossos buracos na alma. Nesta hora, alguns lutam e resistem em ter uma experiência com Deus.Outros, se entregam e cultivam a fé, reconhecendo a soberania divina e buscando amparo naquele que deseja nos dar paz, alegria e razão de viver.
Curta a música e invoque a presença singela de Deus em sua vida.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A Lição dos gansos


(*) Autor Desconhecido


“Quando um ganso bate as asas, cria um “vácuo” para o pássaro seguinte. Voando numa formação em V, o bando inteiro tem o seu desempenho 71% melhor do que se a ave voasse sozinha.” – Lição: Pessoas que compartilham uma direção comum e senso de comunidade, podem atingir seus objetivos mais rápida e facilmente.

“Sempre que um ganso sai da formação, sente subitamente a resistência por tentar voar sozinho e, rapidamente, volta para a formação, aproveitando a “aspiração” da ave imediatamente à sua frente.” – Lição: Se tivermos tanta sensibilidade quanto um ganso, permaneceremos em formação com aqueles que se dirigem para onde pretendemos ir e nos disporemos a aceitar a sua ajuda, assim como prestar a nossa ajuda aos outros.

“Quando o ganso líder se cansa, muda para trás na formação e, imediatamente, um outro ganso assume o lugar, voando para a posição de ponta.” – Lição: É preciso acontecer um revezamento das tarefas pesadas e dividir a liderança. As pessoas, assim como os gansos, são dependentes umas das outras.

“Os gansos de trás, na formação, grasnam para incentivar e encorajar os da frente a aumentar a velocidade.” – Lição: Precisamos nos assegurar de que o nosso “grasno” seja encorajador para que a nossa equipe aumente o seu desempenho.

“ Quando um ganso fica doente, ferido, ou é abatido, dois gansos saem da formação e seguem-no para ajudá-lo e protegê-lo. Ficam com ele até que ele esteja apto a voar de novo ou morra. Só assim, eles voltam ao procedimento normal, com outra formação, ou vão atrás de outro bando.” – Lição: Se nós tivermos bom senso tanto quanto os gansos, também estaremos ao lado dos outros nos momentos difíceis.




(*) Texto extraído do livro “Socorro – Preciso de Motivação, de Luiz ª Marins Filho – Ed. Harbra.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Uma questão de pontuação

*















Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e pena. Escreveu assim:

Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.

Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa para sardinha dele:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.

Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz a diferença.

Mãos

*

Há mãos que sustentam e mãos que abalam.
Mãos que limitam e mãos que ampliam.
Mãos que denunciam e mãos que escondem
os denunciados.
Mãos que se abrem e mãos que se fecham.
Há mãos que afagam e mãos que agridem.
Mãos que ferem e mãos que cuidam das feridas.
Mãos que destroem e mãos que edificam.
Mãos que batem e mãos que recebem
as pancadas por outros.
Há mãos que apontam e guiam
e mãos que desciam.
Mãos que são temidas e mãos que são
desejadas e queridas.
Mãos que dão com arrogância
e mãos que se escondem ao dar.
Mãos que escandalizam e mãos que
apagam os escândalos.
Mãos puras e mãos que carregam censuras.
Há mãos que escrevem para promover
e mãos que escrevem para ferir.
Mãos que pesam e mãos que aliviam.
Mãos que operam e que curam e
mãos que "amarguram".
Há mãos que se apertam por amizade
e mãos que se empurram por ódio.
Mãos furtivas que traficam destruição
e mãos amigas que desviam da ruína.
Mãos finas que promovem dor e
mãos rudes que espalham amor.
Há mãos que se levantam pela verdade
e mãos que encarnam a falsidade.
Mãos que oram e imploram
e mãos que "devoram".


Onde está a diferença?


Não está nas mãos, mas no coração.
É na mente transformada que dirige
a mão santificada, delicada.
É a mente agradecida que transforma
as mãos em instrumentos de graça.
Mãos que se levantam para abençoar,
Mãos que baixam para levantar o caído.
Mãos que se estendem para amparar o cansado.
São como as mãos de Deus que criam, que guiam,
que salvam; que nunca faltam.
Existem mãos... e mãos...

As tuas, quais são?

De quem são?

Para que são?


(autor desconhecido)

Escolhas

Dê uma boa olhada ao seu redor,
e entenda que sua vida agora mesmo
é o resultado de todas
as suas escolhas no passado.

Você gosta do que vê?

Certamente você andou muito para chegar até aqui.
Você sobreviveu e deu um jeito de estar onde está.

Existem coisas que poderiam melhorar?
Provavelmente.

Existem lugares que você gostaria de conhecer,
coisas que gostaria de fazer?

Você consegue imaginar a sua vida
sendo ainda melhor, ainda mais gratificante
e emocionante do que é hoje?

Então, como chegar lá?
Do mesmo jeito que chegou até aqui:
como resultado das escolhas que você faz.

Existem escolhas, e existem escolhas.
Geralmente prestamos muita atenção
às grandes decisões: faculdade, casamento,
a primeira casa ou apartamento.

Mas, freqüentemente, as decisões mais poderosas
são as "pequenas",
aquelas que fazemos um dia após do outro:
fazer ou não mais uma visita,
dar aquele telefonema,
acordar mais cedo para fazer exercício,
a atitude com que encaramos o dia a dia no trabalho.

A qualidade da sua vida
é um resultado direto das escolhas que você faz.
E cada momento em sua vida é uma escolha.
O futuro aproxima-se no mesmo ritmo de sempre.

Então preste atenção nas suas escolhas,
pois são elas que moldarão,
ativamente, o resto da sua vida.

*

A Lógica de Einstein

*
Duas crianças estavam patinando num lago congelado da Alemanha.
Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam
despreocupadas. De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu,
ficando presa na fenda que se formou.
A outra, vendo seu amiguinho preso e se congelando, tirou um
dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças,
conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo. Quando os
bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram
ao menino:

- Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha
conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão
frágeis!

Nesse instante, o gênio Albert Einstein que passava pelo local,
comentou:

- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?

- É simples, respondeu o Einstein.
- Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que não seria
capaz.

'Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita
os escolhidos'.

Fazer ou não fazer algo, só depende de nossa vontade e
perseverança.


(Albert Einstein)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Honestidade

*
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver prosperar a desonra,
De tanto ver crescer a injustiça,
De tanto ver agigantarem-se
os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar-se da virtude, e ri-se da honra, chega a ter vergonha se ser honesto"


Ruy Barbosa

Humor

*




No início, Eva não queria comer a maçã.
- Come - disse a serpente - e serás como os anjos!
- Não - respondeu Eva.
- Terás o conhecimento do Bem e do mal - insistiu a víbora.
- Não!
- Serás imortal.
- Não!
- Serás como Deus!
- Não, e não!
A serpente já estava desesperada e não sabia o que fazer para que a Eva comesse a maçã.
Até que teve uma idéia.
Ofereceu-lhe novamente a fruta e disse:
- Come... que emagrece...

Solidão

*



SOLIDÃO não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo....

ISTO É CARÊNCIA

SOLIDÃO não é o sentimento que experimentamos pela
ausência de entes queridos que não podem mais
voltar.....

ISTO É SAUDADES

SOLIDÃO não é o retiro voluntário que a gente se impõe
às vezes, para realinhar os pensamentos.....

ISTO É EQUILÍBRIO

SOLIDÃO não é o claustro involuntário que o destino
nos impõe compulsóriamente para que revejamos
a nossa vida.......

ISTO É UM PRINCÍPIO DA NATUREZA

SOLIDÃO não é o vazio de gente ao nosso lado.......

ISTO É CIRCUNSTÂNCIA



SOLIDÃO É MUITO MAIS DO QUE ISTO.
SOLIDÃO É QUANDO NOS PERDEMOS DE NÓS MESMOS E PROCURAMOS EM VÃO PELA NOSSA ALMA.....

(CHICO BUARQUE DE HOLANDA)

Oração de Chico Xavier

*


Que eu continue a acreditar no outro mesmo sabendo de alguns valores tão esquisitos que permeiam o mundo;
Que eu continue otimista, mesmo sabendo que o futuro que nos espera nem sempre é tão alegre;
Que eu continue com a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, uma lição difícil de ser aprendida;
Que eu permaneça com a vontade de ter grandes amigos(as), mesmo sabendo que com as voltas do mundo, eles(as) vão indo embora de nossas vidas;
Que eu realimente sempre a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, sentir, entender ou utilizar esta ajuda;

Que eu mantenha meu equilíbrio, mesmo sabendo que os desafios são inúmeros ao longo do caminho;
Que eu exteriorize a vontade de amar, entendendo que amar não é sentimento de posse, é sentimento de doação;
Que eu sustente a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo, escurecem meus olhos;
Que eu retroalimente minha garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes tão fortes quanto o sucesso e a alegria;

Que eu atenda sempre mais à minha intuição, que sinaliza o que de mais autêntico possuo;
Que eu pratique sempre mais o sentimento de justiça, mesmo em meio à turbulência dos interesses;
Que eu não perca o meu forte abraço, e o distribua sempre;
Que eu perpetue a beleza e o brilho de ver, mesmo sabendo que as lágrimas também brotam dos meus olhos;
Que eu manifeste o amor por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exige muito para manter sua harmonia;
Que eu acalente a vontade de ser grande, mesmo sabendo que minha parcela de contribuição no mundo é pequena;

E, acima de tudo...
Que eu lembre sempre que todos nós fazemos parte desta maravilhosa teia chamada vida, criada por alguém bem superior a todos nós!
E que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns e, sim, nas pequenas parcelas cotidianas de todos nós!

domingo, 17 de agosto de 2008

"Determinismo Revisitado"

*

“Fui ao meu psiquiatra — para ser psicanalisado
Esperando que ele pudesse me dizer por que esmurrei ambos os
olhos do meu amor.
Ele me fez deitar em seu sofá para ver o que poderia descobrir
E eis o que ele pescou do meu subconsciente:
Quando eu tinha um ano mamãe trancou minha bonequinha
num baú
E por isso é natural que eu esteja sempre bêbada.
Um dia, quando eu tinha dois anos, vi papai beijar a empregada
E por isso agora sofro de cleptomania.
Quando eu tinha três anos senti amor e ódio por meus irmãos
E é exatamente por isso que espanco todos os meus amantes!
Agora estou tão feliz por ter aprendido essas lições que me foram
ensinadas
De que tudo o que faço de errado é culpa de alguém!
Que tenho vontade de gritar: viva Sigmund Freud!"

Freud afirmou que os seres humanos essencialmente não fazem escolhas, e que o livre-arbítrio é uma ilusão. Ele acreditava que nossas opções e ações são determinadas por forças inconscientes das quais nunca nos damos conta completamente. Freud afirmou que, se conhecermos suficientemente a ascendência genética e o ambiente de uma pessoa, poderemos predizer seu comportamento e até mesmo as escolhas individuais que fará. Suas teorias dinamitaram o conceito de livre-arbítrio.

O determinismo genético permite culpar o avô pelos genes ruins de uma pessoa, explicando por que ela é alcoólatra; o determinismo psíquico permite-me culpar meus pais por minha infância infeliz que me levou a fazer más escolhas; o determinismo ambiental me permite culpar meu chefe pela desgraçada qualidade de minha vida profissional, o que explica por que eu me comporto mal no trabalho! Tenho toneladas de novas desculpas para meu mau comportamento. Isso não é ótimo?


do livro "o Monge e o Executivo" de James C. Hunter

sábado, 16 de agosto de 2008

Amor...

epístola aos Coríntios


O amor é paciente, bom, não se gaba nem é arrogante, não se comporta inconvenientemente, não quer tudo só para si, não condena por causa de um erro cometido, não se regozija com a maldade, mas com a verdade, suporta todas as coisas, agüenta tudo. O amor nunca falha.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O que te impede?

O homem desesperado alcançou, um dia,

a presença do Cristo e clamou:

- Senhor que fazer para sair do labirinto

da Terra? Tudo sombra...Maldade e

indiferença, angustia e aflição dominam

as criaturas que , ao meu ver, se debatem

num mar de trevas... Senhor ,onde está o

caminho que me assegura a libertação?

Jesus afagou o infeliz e respondeu

generosamente:

- Filho, ninguém te impede de acender

a própria Luz.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Quem sou eu?

*

«Uma antiga lenda hindoue diz-nos que antigamente, todos os homens eram deuses. Mas eles abusaram de tal forma da sua divindade que Brahma, o mestre dos deuses, decidiu tirar-lhes todos os poderes divinos e escondê-los num lugar onde fosse completamente impossível encontrá-los. O grande problema existiu em encontrar o lugar apropriado.

Os deuses menores foram convocados para uma reunião a fim de se resolver o problema. Eles propuseram o seguinte: Enterrar a divindade do homem na terra. Mas Brahma respondeu: "Não, não é o suficiente, porque o homem desenterrá-la-ia e encontrá-la-ia."

Então os deuses replicaram: "Neste caso, metamos a divindade no mais profundo dos oceanos."

Mas Brahma respondeu de novo: "Não, mais cedo ou mais tarde, o homem exploraria a profundeza dos oceanos e certamente que um dia, a encontraria e a traria à superfície."

Então os deuses menores concluíram: "Nós não sabemos onde a vamos esconder porque não existe na terra nem no mar um lugar seguro que o homem jamais encontrasse."

Brahma disse: "Vejamos o que faremos à divindade do homem: vamos escondê-la no mais profundo dele próprio, é o único lugar onde ele nunca pensará procurar."

A conclusão desta lenda é: Desde dessa altura que o homem fez a volta a terra, explorou-a, escalou-a, emergiu-a e escavou-a, à procura de qualquer coisa que se encontrava dentre dele próprio. »


(Eric Butterworth, Discover the Power Within Yourself)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Até Quando?

- Gabriel O Pensador/Tiago Mocotó/Itaal Shur

Não adianta olhar por céu, com muita fé e pouca luta.
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve, você pode, você deve, pode crer.
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver.
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer.
Até quando você vai ficar usando rédea?
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea? (Pobre, rico, ou classe média).
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura.
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura.

(...)

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.
E quando a mente muda a gente anda pra frente.
E quando a gente manda ninguém manda na gente.
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.
Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do presente a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada, até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando você vai levando?

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Princípios

*
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de interesseiro.
Seja gentil assim mesmo.
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto e franco assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.
O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã.
Faça o bem assim mesmo.


(Madre Tereza de Calcutá)

Infelicidade

Qualquer estúpido pode ser infeliz. Não é necessário alguém especial para ver problemas em qualquer coisa, a qualquer hora. Aliás, há pessoas que não desperdiçam uma oportunidade de sofrer. Mas saber transformar pequenos acontecimentos em fonte de alegria é habilidade de poucos.

Infelicidade é, antes de tudo, um estilo de vida, uma forma de olhar o mundo pelo lado contrário. Em vez de você tirar proveito do momento atual, lamenta-se do que poderia ter acontecido.

(Roberto Shinyashiki do livro “O sucesso é ser feliz”)

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Motivo da Rosa


Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

(Cecília Meireles)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Torne-se um lago


O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.
– Qual é o gosto? – perguntou o Mestre.
– Ruim – disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse:
– Beba um pouco dessa água.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
– Qual é o gosto?
– Bom! – disse o rapaz.
– Você sente o gosto do sal? – Perguntou o Mestre.
– Não – disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:
– A dor na vida de uma pessoa é inevitável. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Então, quando você sofrer, a única coisa que você deve fazer é aumentar a percepção das coisas boas que você tem na vida.
Deixe de ser um copo. Torne-se um lago.

Buda e o tapa

*

Buda estava sentado embaixo de uma árvore falando aos seus discípulos. Um homem se aproximou e deu-lhe um tapa no rosto.
Buda esfregou o local e perguntou ao homem:
- E agora? O que vai querer dizer?
O homem ficou um tanto confuso, porque ele próprio não esperava que, depois de dar um tapa no rosto de alguém, essa pessoa perguntasse: "E agora?" Ele não passara por essa experiência antes. Ele insultava as pessoas e elas ficavam com raiva e reagiam. Ou, se fossem covardes, sorriam, tentando suborná-lo. Mas Buda não era num uma coisa nem outra; ele não ficara com raiva nem ofendido, nem tampouco fora covarde. Apenas fora sincero e perguntara: "E agora?" Não houve reação da sua parte.

Os discípulos de Buda ficaram com raiva, reagiram. O discípulo mais próximo, Ananda, disse:
- Isso foi demais: não podemos tolerar. Buda, guarde os seus ensinamentos para o senhor e nós vamos mostrar a este homem que ele não pode fazer o que fez. Ele tem de ser punido por isso. Ou então todo mundo vai começar a fazer dessas coisas.
- Fique quieto – interveio Buda – Ele não me ofendeu, mas você está me ofendendo. Ele é novo, um estranho. E pode ter ouvido alguma coisa sobre mim de alguém, pode ter formado uma idéia, uma noção a meu respeito. Ele não bateu em mim; ele bateu nessa noção, nessa idéia a meu respeito; porque ele não me conhece, como ele pode me ofender? As pessoas devem ter falado alguma coisa a meu respeito, que "aquele homem é um ateu, um homem perigoso, que tira as pessoas do bom caminho, um revolucionário, um corruptor". Ele deve ter ouvido algo sobre mim e formou um conceito, uma idéia. Ele bateu nessa idéia.
Se vocês refletirem profundamente, continuou Buda, ele bateu na própria mente. Eu não faço parte dela, e vejo que este pobre homem tem alguma coisa a dizer, porque essa é uma maneira de dizer alguma coisa: ofender é uma maneira de dizer alguma coisa. Há momentos em que você sente que a linguagem é insuficiente: no amor profundo, na raiva extrema, no ódio, na oração.

Há momentos de grande intensidade em que a linguagem é impotente; então você precisa fazer alguma coisa. Quando vocês estão apaixonados e beijam ou abraçam a pessoa amada, o que estão fazendo? Estão dizendo algo. Quando vocês estão com raiva, uma raiva intensa, vocês batem na pessoa, cospem nela, estão dizendo algo. Eu entendo esse homem. Ele deve ter mais alguma coisa a dizer; por isso pergunto: "E agora?"

O homem ficou ainda mais confuso! E buda disse aos seus discípulos:
- Estou mais ofendido com vocês porque vocês me conhecem, viveram anos comigo e ainda reagem.
Atordoado, confuso, o homem voltou para casa. Naquela noite não conseguiu dormir.

Na manhã seguinte, o homem voltou lá e atirou-se aos pés de Buda. De novo, Buda lhe perguntou:
- E agora? Esse seu gesto também é uma maneira de dizer alguma coisa que não pode ser dita com a linguagem. Voltando-se para os discípulos, Buda falou:
- Olhe, Ananda, este homem aqui de novo. Ele está dizendo alguma coisa. Este homem é uma pessoa de emoções profundas.
O homem olhou para Buda e disse:
- Perdoe-me pelo que fiz ontem.
- Perdoar? – exclamou Buda. – Mas eu não sou o mesmo homem a quem você fez aquilo. O Ganges continua correndo, nunca é o mesmo Ganges de novo. Todo homem é um rio. O homem em quem você bateu não está mais aqui: eu apenas me pareço com ele, mas não sou mais o mesmo; aconteceu muita coisa nestas vinte e quatro horas! O rio correu bastante. Portanto, não posso perdoar você porque não tenho rancor contra você.
E você também é outro, continuou Buda. Posso ver que você não é o mesmo homem que veio aqui ontem, porque aquele homem estava com raiva; ele estava indignado. Ele me bateu e você está inclinado aos meus pés, tocando os meus pés; como pode ser o mesmo homem? Você não é o mesmo homem; portanto, vamos esquecer tudo. Essas duas pessoas: o homem que bateu e o homem em quem ele bateu não estão mais aqui. Venha cá. Vamos conversar.

A espiritualidade em Jung

*
"Que eu faça um mendigo sentar-se à minha mesa, que eu perdoe aquele que me ofende e me esforce por amar - inclusive o meu inimigo - em nome de Cristo, tudo isto, naturalmente, não deixa de ser uma grande virtude. O que faço ao menor dos meus irmãos é ao próprio Cristo que faço. Mas, o que acontecerá, se descubro, porventura, que o menor, o mais miserável de todos, o mais pobre dos mendigos, o mais insolente dos meus caluniadores, o meu inimigo, reside dentro de mim, sou eu mesmo, e precisa da esmola da minha bondade, e que eu mesmo sou o inimigo que é necessário amar?"
*

Waking Life

Monólogo de um senhor num bar

Existem dois tipos de sofredores...
aqueles que sofrem
da falta de vida...
e os que sofrem da abundância
excessiva da vida.
Eu sempre me posicionei na segunda categoria.
Quando se pensa nisso, quase todo comportamento e atividade humana...
são, essencialmente, nada diferentes
do comportamento animal.
As mais avançadas tecnologias e artefatos levam-nos, no máximo...
ao nível do super-chimpanzé.
Na verdade, o hiato entre Platão ou Nietzsche e o humano mediano...
é maior do que o que há entre o chimpanzé e o humano mediano.
O reino do verdadeiro espírito...
o artista verdadeiro, o santo, o filósofo, é raramente alcançado.
Por que tão poucos?
Por que a História e a evolução não são histórias de progresso...
mas uma interminável e fútil adição de zeros?
Nenhum valor maior se desenvolveu.
Ora, os gregos, há 3.000 anos,
eram tão avançados quanto somos hoje.
Quais são as barreiras que impedem as pessoas...
de alcançarem, minimamente, o seu verdadeiro potencial?
A resposta a isso pode ser encontrada
em outra pergunta, que é...
qual é a característica humana
mais universal?
O medo...
ou a preguiça?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Nunca Desista dos Seus Sonhos

(Augusto Cury)




Sem sonhos, as perdas se tornam insuportáveis,
as pedras no caminho se tornam montanhas,
o fracasso se transforma em golpes fatais.
Mas, se você tiver grandes sonhos...
Seus erros produzirão crescimento,
seus desafios produzirão oportunidade,
seus medos produzirão coragem.

Os sonhos alimentam a vida.
Que tamanho tem o Universo?
O tamanho dos seus sonhos...
Se os seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil.

*

domingo, 15 de junho de 2008

O Pai Perdoa

De: W.Livingston Larned

Escute filho:enquanto falo isso, você está deitado, dormindo, uma mãozinha enfiada debaixo do seu rosto. Os cachinhos louros molhados de suor grudados na fronte. Entrei sozinho e sorrateiramente no seu quarto. Há poucos minutos, enquanto eu estava sentado, lendo meu jornal na biblioteca, fui assaltado por uma onda sufocante de remorso. E,sentindo-me culpado, vim para ficar ao lado de sua cama.
Andei pensando em algumas coisas, filho: tenho sido intransigente com você. Na hora em que se trocava para ir à escola, ralhei com você por não enxugar seu rosto direito com a toalha. Chamei-lhe a atenção por não ter limpado os sapatos. Gritei furioso com você por ter atirado alguns de seus pertences no chão.
Durante o café da manhã, também impliquei com algumas coisas. Você derramou o café fora da xícara. Não mastigou a comida. Pôs o cotovelo sobre a mesa. Passou manteiga demais no pão. E quando começou a brincar e eu estava saindo para pegar o trem, você se virou, abanou a mão e disse:"Tchau, papai!" e, franzindo o cenho, em resposta lhe disse: "Endireite esses ombros!"
De tardezinha, tudo recomeçou. Voltei e, quando cheguei perto de casa, vi-o ajoelhado, jogando bolinhas de gude. Suas meias estavam rasgadas. Humilhei-o diante de seus amiguinhos, fazendo-o entrar na minha frente. As meias são caras-se você as comprasse tomaria mais cuidado com elas! Imagine isso, filho, dito por um pai!
Mais tarde, quando eu lia na biblioteca , lembra-se de como me procurou, timidamente, uma espécie de mágoa impressa nos seus olhos? Quando afastei meu olhar do jornal, irritado com a interrupção , você parou à porta: "O que é que você quer?" ,perguntei implacável.
Você não disse nada, mas saiu correndo num ímpeto na minha direção, passou os braços em torno do meu pescoço e me beijou; seus braços foram se apertando com uma afeição pura que Deus fazia crescer em seu coração e que nenhuma indiferença conseguiria extirpar. Assim retirou-se, subindo correndo os degraus da escada.
Bem, meu filho, não passou muito tempo e meus dedos se afrouxaram, o jornal escorregou por entre eles, e um medo terrível e nauseante tomou conta de mim. O que o hábito estava fazendo de mim? O hábito de ficar achando erros, de ficar fazendo reprimendas - era dessa maneira que eu o vinha recompensando por ser uma criança. Não que não o amasse; o fato é que eu esperava demais da juventude. Eu o avaliava pelos padrões de minha própria vida .
E havia tanto de bom, de belo e de verdadeiro no seu caráter. Seu coraçãozinho era tão grande quanto o sol que subia por detrás das colinas. E isto eu percebi pelo seu gesto espontâneo de correr e dar-me um beijo de boa noite. Nada mais me importa nesta noite filho. Entrei na penumbra de seu quarto e ajoelhei-me ao lado de sua cama envergonhado!
É uma expiação inútil; sei que, se você estivesse acordado, não compreenderia essas coisas. Mas amanhã serei um papai de verdade! Serei seu amigo, sofrerei quando você sofrer, rirei quando você rir. Morderei minha língua quando palavras impacientes quiserem sair de minha boca. Eu irei dizer e repetir, como se fosse um ritual : "Ele é apenas um menino-um menininho!"
Receio que o tenha visto até aqui como um homem feito. Mas, olhando-o agora, filho, encolhido e amendrotado em seu ninho, certifico-me de que é um bebê. Ainda ontem esteve nos braços de sua mãe, a cabeça deitada no ombro dela. Exigi muito de você. Exigi muito."

Em lugar de condenar os outros, procuremos compreendê-los. Procuremos descobrir por que fazem o que fazem. Essa atitude é muito mais benéfica e intrigante do que criticar e gera simpatia, tolerância e bondade. Conhecer tudo é perdoar tudo."

Como disse o Dr.Johnson: "O próprio Deus, Senhor, não se propõe julgar o homem até o final de seus dias".
Por que faríamos isso,você e eu?

Retirado do livro Como fazer amigos &influenciar pessoas de Dale Carnegie.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Viver como as Flores

*
"Mestre, como faço para não me aborrecer?
Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes.
Algumas são indiferentes.
Sinto ódio das que são mentirosas.
Sofro com as que caluniam.
Pois viva como as flores!, advertiu o mestre.
Como é viver como as flores? Perguntou o discípulo.
Repare nestas flores, continuou o mestre, apontando lírios que cresciam no jardim.
Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas.
Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem.
Os defeitos deles são deles e não seus.
Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.
Isso é viver como as flores."

O Barbeiro

Um homem foi ao barbeiro.

E enquanto tinha seus cabelos cortados conversava com ele.

Falava da vida e de Deus.

Dai a pouco, o barbeiro incrédulo não agüentou e falou:

- Deixa disso, meu caro, Deus não existe!

- Por quê?

- Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis, passando fome!

- Olhe em volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas e enxergar!

- Bem, esta é a sua maneira de pensar, não é?

- Sim, claro!

O freguês pagou o corte e foi saindo, quando avistou um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço.

Não agüentou, deu meia volta e interpelou o barbeiro:

- Sabe de uma coisa?

- Não acredito em barbeiros!

- Como?

- Sim, se existissem barbeiros, não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas!

- Ora, eles estão assim porque querem. Se desejassem mudar, viriam até mim!

- Agora, você entendeu.

O jovem lenhador


Cortar árvores é um esporte tradicional no Alasca. Há lenhadores famosos, com habilidade e energia no uso do machado. E aprender a ser bom lenhador exige bastante empenho.

Certo jovem não queria pouco. Decidido a tornar-se um grande lenhador, resolveu procurar o melhor de todos os lenhadores do país.

- Quero ser seu discípulo. Quero aprender a usar o machado como você.

O aprendiz dedicou-se, prestou atenção nas lições do mestre, praticando bastante.

Depois de algum tempo, achou que era melhor que o mestre. "Sou mais forte, mais ágil, e já estou sabendo a técnica. Vencerei facilmente o velho lelhador", pensou ele. E desafiou o mestre para uma competição. Quem cortasse mais troncos de árvores no período de oito horas seria o melhor lenhador.

O desafio foi aceito. No dia marcado, o rapaz começou cheio de gás. No maior pique, foi cortando uma tora atrás da outra. De vez em quando ia ver o mestre lenhador e quase sempre o via sentado, com o machado na mão.

"Coitado, ele não dá mais no couro", pensava o jovem, sentindo-se já o novo campeão.

Quando terminou o dia, uma surpresa que ele não esperava: o velho havia cortado muito mais árvores do que seu jovem desafiante.

- Mas como é que pode ? Não é possível! Quase todas as vezes em que olhei, você estava descansando!

O velho sorriu, pegou o machado e mostrou-lhe a lâmina. Afiadíssima.

- Eu não estava descansando, meu caro. Estava amolando o machado. Foi por isso que você perdeu.

*


"O reflexo da lua não pode ser visto claramente em águas agitadas, mas, quando a superfície da água está calma, aparece um reflexo perfeito da lua. O mesmo acontece com a mente: quando está calma, vê-se claramente refletida a face enluarada da alma."

Mutantes

Deepak Chopra

Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!
Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles.
Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.

A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida.
A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.

Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo - a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptiídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.

Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição.
Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos.

A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.

O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia.
Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: "Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos."

Você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre-se do que pensou ontem
Quer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje!

Ou você abre seu coração, ou algum cardiologista o fará por você!


Eu Etiqueta.

Carlos Drummond de Andrade



Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

terça-feira, 25 de março de 2008

A Raça dos Desassossegados

Martha Medeiros


Foi no livro "A caverna", de José Saramago, que o personagem Cipriano Algor definiu seu genro Marçal como um homem "da raça dos desassossegados de nascença". Logo pensei ao ler, "eu também sou", assim como você deve estar pensando , "me inclua nessa".

À raça dos desassossegados pertencemos todos, negros e brancos, ricos e pobres, jovens e velhos, desde que tenhamos, como característica dessa raça comum, a inquietação que nos torna insuportavelmente exigentes com a gente mesmo e a ambição de vencer não os jogos, mas o tempo, esse adversário implacável.

Desassossegados do mundo correm atrás da felicidade possível, e uma vez alcançado seu quinhão, não sossegam: saem atrás da felicidade improvável, aquela que se promete contante, aquela que ninguém nunca viu, e por isso sua raridade.

Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos, são sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem muito menos amor do que planejavam.

Desassossegados pensam acordados e dormindo, pensam falando e escutando, pensam antes de concordar e, quando discordam, pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias e com a mente turva em outros, e pensam tanto que pensam que descansam.

Desassossegados não podem mais ver telejornal que choram, não podem sair mais às ruas que temem, não podem aceitar tanta gente crua habitando as pirâmides e tanta gente cozida em filas, em madrugadas e no silêncio dos bueiros.

Desassossegados vestem-se de qualquer jeito, arrancam a pele dos dedos com os dentes, homens e mulheres soterrados, cavando sua abertura, tentando abrir uma janela emperrada, inventando uns desafios diferentes para sentir sua vida empurrada, desassossegadoa voltados para a frente.

Desassossegados têm insônia e são gentis, lhes incomodam as verdades imutáveis, riem quando bebem, não enjoam, mas ficam tontos com tanta idéia solta, com tamanha esquizofrenia, não se acomodam em rede, leito, lamentam a falta que faz uma paz inconsciente.

Dessa raça somos todos, eu sou, só sossego quando me aceito.

"Como é chato lidar com os fatos.

O cotidiano me aniquila.” *


Como me aniquila essa vida parada, à espera do futuro. Vai me dizer que o amanhã começa no hoje; que se deve plantar antes de esperar a colheita... Sim, sim. Estou por dentro dos clichês. Não tenho dúvidas de que nada brota sem sementes. Mas o que é que há? Não posso ficar de saco cheio do período entre-safras? Não posso querer margaridas fora da estação?

Pois bem! Quero margaridas fora da estação! E se possível rosas, crisântemos e essas flores todas que eu não sei o nome!



*Clarice Lispector, Água viva

quinta-feira, 20 de março de 2008

Como continuar deprimido...

*

O Caldeireiro

Qual é o preço justo para um serviço?

Um caldeireiro foi contratado para consertar um enorme sistema de caldeiras de um navio a vapor que não estava funcionando bem. Após escutar a descrição feita pelo engenheiro quanto aos problemas, e de haver feito umas poucas perguntas, dirigiu-se à sala de máquinas. Olhou para o labirinto de tubos retorcidos, escutou o ruído surdo das caldeiras e o silvo do vapor que escapava, durante alguns instantes; com as mãos apalpou alguns dos tubos. Depois, cantarolando suavemente só para si, procurou em seu avental alguma coisa e tirou de lá um pequeno martelo, com o qual bateu apenas uma vez numa válvula vermelha brilhante. Imediatamente, o sistema inteiro começou a trabalhar com perfeição e o caldeireiro voltou para casa.

Quando o dono do navio recebeu uma conta de $1000, queixou-se de que o caldeireiro só havia ficado na sala de máquinas durante quinze minutos e pediu uma conta pormenorizada. Eis o que o caldeireiro lhe enviou:

Total da conta.......: $1.000,00, assim discriminados:

Conserto com o martelo.....: $ 0,50

Saber onde martelar...........: $ 999,50


(Richard Bandler e John Grinder)

Seus olhos podem lhe enganar...

*
Para aqueles que, igual a São Tomé, só acreditam no que vêem...

A Moça e a Velha




*

Mandalas giratórias

Mova os olhos pelas mandalas para percebê-las girando. Fixe o olhar no centro de uma para estabilizar.


quarta-feira, 19 de março de 2008

Feriado da Primavera

*
21 DE MARÇO (EQUINÓCIO DE PRIMAVERA = Shunbun no hi)
É quando o dia e a noite tem a mesma duração. Neste dia as pessoas visitam os cemitérios em respeito aos seus antepassados.

***

Quando cheguei ao Japão, assim como muitos brasileiros, estranhava alguns feriados japoneses por homenagearem as estações do ano. Depois de um tempo morando por aqui e vivenciando diariamente a cultura japonesa, aprendi a admirar e a perceber a profundidade do entendimento que eles possuem em relação à existência do ser humano e à natureza. Estamos todos interligados. Não existe um eu sem o outro, um nós sem a natureza, um nós e natureza sem Deus.

Fazendo uma analogia para melhor compreensão,se olharmos para um arquipélago, as ilhas todas parecem separadas.Elas são separadas. Mas se mergulharmos fundo no oceano, veremos que as ilhas estão interligadas. Na verdade, elas não são ilhas, são montanhas. Ilhas são montanhas dentro do mar. Então, é claro que se olharmos para as coisas de modo superficial, que é o que a maioria das pessoas faz nos dias de hoje, vamos achar que tudo está separado.


O Japão me ofereceu uma nova visão de mundo e como gratidão à esse país que aprendi a gostar, deixo registrado, para que faça parte das minhas lembranças felizes, uma música que escutei assim cheguei aqui. E, como na estória do pintinho que sai da casca e reconhece a primeira coisa que avista como sua mãe, relaciono essa música como meu "cartão de visita" do Japão e que, por coincidência, a letra tem tudo a ver com minha "metamorfose".



I believe

(Ayaka)

Tenho um redemoinho de
ansiedade
Oculto no coração
Qual desses caminhos que estão à
minha frente
Devo seguir?

Eu me deixava levar pelos outros
Mas não serei mais assim, “adeus”

*Acredito em mim e por acreditar
Sinto que tudo vai começar
Acredito em mim, a luz calorosa
Não engana, vamos segui-la
Acredito...

Ao ver as pessoas com sorriso
amarelo
Que vivem no mundo falso
Suspiro lembrando da minha
infantilidade

(*)

Jurei me tornar “preto”
Para não se tingir de outra cor

Este céu imenso que se reflete nos
olhos
Este desejo de viver à vontade

(*)


terça-feira, 18 de março de 2008

Deus no Budismo

*

"As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?"

(Mahatma Ghandi)




O conceito de Deus não é algo uniforme. Existem tantas versões de Deus como pessoas que acreditam nessas versões, já que o conceito de Deus nunca tem sido algo estático. Tal e como escreve Karen Armstrong em A History of God (Uma história de Deus): “Porém, parece que criar deuses é algo que os seres humanos sempre têm feito. Quando uma idéia de deus deixa de funcionar, simplesmente é substituída. Estas idéias desaparecem tranqüilamente e sem grandes estardalhaços, tal e como aconteceu com a idéia do Deus do Firmamento. Em nossos tempos atuais, muitas pessoas diriam que o Deus adorado durante séculos por judeus, cristãos e muçulmanos tornou-se tão distante como o Deus do Firmamento “

Armstrong conclui como segue: “Os seres humanos não podem resistir o vácuo e a desolação, e preencherão esse vácuo com a criação de um novo foco para dar sentido às coisas. Os ídolos do fundamentalismo não são bons substitutos para Deus. Se devemos criar uma vibrante nova fé para o século 21, talvez deveríamos ponderar a história de Deus para extrair algumas lições e alertas.

Quando aos budistas nos perguntam se acreditamos em Deus, tendemos a responder com nossa própria pergunta: A que Deus se refere?

Trata-se do Deus de Abraham, o Deus do Velho Testamento? Este deus era um pai rigoroso, criador, protetor, que castigava e outorgava leis. Este deus também exigiu a Abraham que sacrificasse seu filho, Isaac, e autorizou a conquista e chacina de milhares de pessoas.

Trata-se do Deus de Agustín, o Deus da Igreja Cristã primitiva? Este era o deus da igreja poderosa, herdeira dos remanescentes do império romano. Este Deus julgava à toda a humanidade, baseado no pecado original de Adão. A religião baseada neste deus exige que nos consideremos como fundamentalmente falhos e originalmente pecaminosos.

Trata-se do Deus de Michelangelo, um deus pessoal, tal e como aparece pintado no teto da Capela Sistina? Este conceito de Deus ajudou a desenvolver o humanismo liberal tão altamente valorizado no Ocidente. Ajustou-se bem a uma Europa que despertava e expandia-se. Este deus ama, julga, castiga, vê, ouve, cria e destrói, tal e como nós o fazemos. Este deus inspira. Porém, isto também poderia significar um impedimento se presumimos que este deus quer o que nós queremos, e detesta o que nós detestamos, o que validaria nossos preconceitos, em vez de incentivar-nos a superá-los. O fato de que este Deus “pessoal ” é homem (e usualmente da raça branca) tem criado profundos problemas existenciais tanto para as mulheres, como para aqueles que não são de raça branca.

Trata-se do Deus onipotente que alguns teólogos acreditam morreu em Auschwitz? Para alguns, a idéia de um Deus todo sapiente e todo poderoso é difícil de reconciliar com a maldade do Holocausto. Isto é assim, já que se Deus é verdadeiramente onipotente, ele poderia ter evitado essa desgraça. E se não conseguiu evitá-la, é impotente; e se podia evitá-la, mas optou por não fazê-lo, não é benevolente.

Igualmente, nosso rápido avanço no conhecimento científico sobre o universo torna aparente que Deus já não está “lá em cima ”, nem “lá fora ”. Nos céus parece estar ausente a protetora, julgadora, e zelosa presença divina, tal e como a concebia o mundo antigo. Segundo John Shelby Spong, bispo episcopal e autor de Why Christianity Must Change or Die (Por quê o Cristianismo tem que mudar ou morre), o resultado disto é que dezenas de milhões de pessoas são “crentes no exílio ” que têm perdido contacto com estas imagens de Deus, tal e como são ensinadas desde os púlpitos tradicionais; porém, esses mesmos crentes não estão preparados para abandonar o conceito de Deus em sua totalidade.

Tal e como uma serpente muda a pele no processo de crescimento, no presente, somos testemunhas do crescimento de nosso conceito coletivo de Deus, ao deixar para trás a antiga, e para alguns, inadequada noção que tínhamos, enquanto nasce um novo conceito que ainda não está claro? Há quem acredita que, de fato, nesta era pós-moderna uma nova visão de Deus está em processo de emergir. Esta visão deixa para trás as imagens do teísta, histórico e externo Deus das alturas, e as substitui por imagens com profundidade interna de um deus que não está fora, mas que é parte integrante e fundamental de nós. Esta é uma perspectiva muito consistente com o conceito budista da Lei Mística.

Esta Lei Mística é a entidade ou verdade máxima que impregna todos os fenômenos no universo, e não é um ser personificado. O ser humano e esta Lei máxima são supremamente inseparáveis – não existe brecha alguma entre os seres humanos (todos, sem exceção) e esta idéia de Deus como uma Lei Mística.

Esta verdade eterna e inalterável que reside dentro de nós é a fonte onde podemos obter a sabedoria benevolente que concorde com as circunstâncias cambiantes, assim como conquistar a coragem e confiança para viver de acordo com essa sabedoria. É mística, e não mágica, já que a totalidade desta Lei está além da conceição humana, e os esforços por enquadrá-la em forma humana, por assim dizê-lo, somente a restringe e a limita. É uma lei porque é manifestamente verificável nas vidas cotidianas de cada ser humano.

Esta realidade máxima, verdade máxima, pureza máxima, existe nas profundezas de cada ser humano. Por isto nós budistas consideramos que toda pessoa é sagrada e está igualmente dotada com o potencial de atingir a iluminação e ser maravilhosamente feliz. Não existe tal coisa como nós aqui e eles lá, nem tampouco os fiéis e os incrédulos – todos somos filhos e filhas de Deus, entidades da Lei Mística.

Enquanto outros olharam para os céus, Buda olhou para dentro e encontrou a inestimável jóia da maravilha e o potencial humano. Reconheceu que nós também somos feitos da “matéria prima ” divina da qual é feito o universo. Simplesmente, esquecemos quem éramos.

Portanto, acreditamos em Deus? Segundo a maioria das definições tradicionais, não. Mas em termos de como um crescente número de cristãos conceitua Deus, acreditamos sim. Nosso nome para Deus é Nam-myoho-rengue-kyo, a Lei Mística. Acreditamos que existe tanto “aqui dentro ”, como “lá fora ”, e que esta luz interior pode brilhar de dentro quando nos conscientizamos dela e lhe abrimos nosso coração através do ato de recitar Nam-myoho-rengue-kyo.

Certamente, haverá muita gente para quem esta maneira de compreender Deus será inaceitável. Tudo bem. Mas também haverá muitos para os quais isto repercutirá. Gente que encontrará que realmente deixou de aceitar as versões iniciais de Deus; que têm começado a conceber o universo de forma diferente; e que o conceito de Deus como Lei Mística equipara-se com o entendimento que têm alcançado por conta própria. Descobrirão que de maneira muito precisa, em nosso ser espiritual a Lei Mística pode preencher o vácuo com forma de deus.


extraído do site sobre "Budismo"

segunda-feira, 17 de março de 2008

Três Dias para Ver

Por Helen Keller

O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão?
Helen Keller (1880-1968), uma mulher extraordinária, cega, surda e muda desde bebê, nos chama a atenção para a apreciação de nossos sentidos, algo que normalmente não percebemos. Apenas de posse do sentido do tato e uma perseverança inigualável, sob a orientação de Anne Sullivan Macy, Keller pôde aprender a ler e escrever pelo método Braille, chegando mesmo a falar, por imitação das vibrações da garganta de sua preceptora, as quais captava com as pontas dos dedos. O esforço de sua mente em procurar se comunicar com o exterior teve como resultado o afloramento de uma inteligência excepcional, considerada a maior vitória individual da história da educação. Ela foi uma educadora, escritora e advogada de cegos. Tinha muita ambição e grande poder de realização. Ao lado de Sullivan, percorreu vários países do mundo promovendo campanhas para melhorar a situação dos deficientes visuais e auditivos. É considerada uma das grandes heroínas do mundo. A Srta. Helen alterou nossa percepção do deficiente.

Publicado no Reader’s Digest (Seleções) há 70 anos.

Várias vezes pensei que seria uma benção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no principio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão e o silencio lhe ensinaria as alegrias do som.

De vez em quando testo meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. “Nada de especial”, foi à resposta.

Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tacto encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando.

Às vezes meu coração anseia por ver tudo isso. Se consigo ter tanto prazer com um simples toque, quanta beleza poderia ser revelada pela visão! E imaginei o que mais gostaria de ver se pudesse enxergar, digamos por apenas três dias.

Eu dividiria esse período em três partes. No primeiro dia gostaria de ver as pessoas cuja bondade e companhias fizeram minha vida valer a pena. Não sei o que é olhar dentro do coração de um amigo pelas “janelas da alma”, os olhos. Só consigo “ver” as linhas de um rosto por meio das pontas dos dedos. Posso perceber o riso, a tristeza e muitas outras emoções. Conheço meus amigos pelo que toco em seus rostos.
Como deve ser mais fácil e muito mais satisfatório para você, que pode ver, perceber num instante as qualidades essenciais de outra pessoa ao observar as sutilezas de sua expressão, o tremor de um músculo, a agitação das mãos. Mas será que já lhe ocorreu usar a visão para perscrutar a natureza íntima de um amigo? Será que a maioria de vocês que enxergam não se limita a ver por alto as feições externas de uma fisionomia e se dar por satisfeita?

Por exemplo, você seria capaz de descrever com precisão o rosto de cinco bons amigos? Como experiência, perguntei a alguns maridos qual a exata cor dos olhos de suas mulheres e muitos deles confessaram, encabulados, que não sabiam.
Ah, tudo que eu veria se tivesse o dom da visão por apenas três dias!

O primeiro dia seria muito ocupado. Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por muito tempo, imprimindo em minha mente as provas exteriores da beleza que existe dentro deles. Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão da beleza ansiosa e inocente que precede a consciência individual dos conflitos que a vida apresenta. Gostaria de ver os livros que já foram lidos para mim e que me revelaram os meandros mais profundos da vida humana. E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus cães, o pequeno scottie terrier e o vigoroso dinamarquês.
À tarde daria um longo passeio pela floresta, intoxicando meus olhos com belezas da natureza. E rezaria pela glória de um pôr-do-sol colorido. Creio que nessa noite não conseguiria dormir.

No dia seguinte eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao empolgante milagre da noite se transformando em dia. Contemplaria assombrado o magnífico panorama de luz com que o Sol desperta a Terra adormecida.
Esse dia eu dedicaria a uma breve visão do mundo, passado e presente. Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os museus. Ali meus olhos, veriam a história condensada da Terra -- os animais e as raças dos homens em seu ambiente natural; gigantescas carcaças de dinossauros e mastodontes que vagavam pelo planeta antes da chegada do homem, que, com sua baixa estatura e seu cérebro poderoso, dominaria o reino animal.

Minha parada seguinte seria o Museu de Artes. Conheço bem, pelas minhas mãos, os deuses e as deusas esculpidos da antiga terra do Nilo. Já senti pelo tacto as cópias dos frisos do Paternon e a beleza rítmica do ataque dos guerreiros atenienses. As feições nodosas e barbadas de Homero me são caras, pois também ele conheceu a cegueira.

Assim, nesse meu segundo dia, tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte. Veria então o que conheci pelo tacto. Mais maravilhoso ainda, todo o magnífico mundo da pintura me seria apresentado. Mas eu poderia ter apenas uma impressão superficial. Dizem os pintores que, para se apreciar a arte, real e profundamente, é preciso educar o olhar. É preciso, pela experiência, avaliar o mérito das linhas, da composição, da forma e da cor. Se eu tivesse a visão, ficaria muito feliz por me entregar a um estudo tão fascinante.

À noite de meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema. Como gostaria de ver a figura fascinante de Hamlet ou o tempestuoso Falstaff no colorido cenário elisabetano! Não posso desfrutar da beleza do movimento rítmico senão numa esfera restricta ao toque de minhas mãos. Só posso imaginar vagamente a graça de uma bailarina, como Pavlova, embora conheça algo do prazer do ritmo, pois muitas vezes sinto o compasso da música vibrando através do piso. Imagino que o movimento cadenciado seja um dos espetáculos mais agradáveis do mundo. Entendi algo sobre isso, deslizando os dedos pelas linhas de um mármore esculpido; se essa graça estática pode ser tão encantadora, deve ser mesmo muito mais forte a emoção de ver a graça em movimento.

Na manhã seguinte, ávida por conhecer novos deleites, novas revelações de beleza, mais uma vez receberia a aurora. Hoje, o terceiro dia, passarei no mundo do trabalho, nos ambientes dos homens que tratam do negócio da vida. A cidade é o meu destino.

Primeiro, paro numa esquina movimentada, apenas olhando para as pessoas, tentando, por sua aparência, entender algo sobre seu dia-a-dia. Vejo sorrisos e fico feliz. Vejo uma séria determinação e me orgulho. Vejo o sofrimento e me compadeço.

Caminhando pela 5ª Avenida, em Nova York, deixo meu olhar vagar, sem se fixar em nenhum objeto em especial, vendo apenas um caleidoscópio fervilhando de cores. Tenho certeza de que o colorido dos vestidos das mulheres movendo-se na multidão deve ser uma cena espetacular, da qual eu nunca me cansaria. Mas talvez, se pudesse enxergar, eu seria como a maioria das mulheres – interessadas demais na moda para dar atenção ao esplendor das cores em meio à massa.

Da 5ª Avenida dou um giro pela cidade – vou aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças brincam. Viajo pelo mundo visitando os bairros estrangeiros. E meus olhos estão sempre bem abertos tanto para as cenas de felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu possa descobrir como as pessoas vivem e trabalham, e compreendê-las melhor.

Meu terceiro dia de visão está chegando ao fim. Talvez haja muitas atividades a que devesse dedicar as poucas horas restantes, mas aço que na noite desse último dia vou voltar depressa a um teatro e ver uma peça cômica, para poder apreciar as implicações da comédia no espírito humano.

À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre mim. Claro, nesses três curtos dias eu não teria visto tudo que queria ver. Só quando as trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto eu deixei de apreciar.

Talvez este resumo não se adapte ao programa que você faria se soubesse que estava prestes a perder a visão. Nas sei que, se encarasse esse destino, usaria seus olhos como nunca usara antes. Tudo quanto visse lhe pareceria novo. Seus olhos tocariam e abraçariam cada objeto que surgisse em seu campo visual. Então, finalmente, você veria de verdade, e um novo mundo de beleza se abriria para você.

Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos. Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tacto. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contacto fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso.

domingo, 16 de março de 2008

A Cigarra e a Formiga (séc. 21)

Era uma vez uma formiga e uma cigarra que eram muito amigas. Durante todo o Outono a formiga trabalhou sem parar, armazenando comida para o Inverno.


Não aproveitou o sol, a brisa suave do fim da tarde, nem duma conversa com os amigos a tomar uma cervejinha depois do dia de trabalho.
Enquanto isso, a cigarra só andava a cantar com os amigos nos bares da cidade, não desperdiçou nem um minuto sequer, cantou durante todo o Outono, dançou, aproveitou o sol, desfrutou muito sem se preocupar com o mau tempo que estava para vir.


Passados uns dias começou o frio, a formiguita, exausta de tanto trabalhar meteu-se na sua pobre guarida cheia de comida até ao teto.



Mas, alguém a chamou da rua e assim que abriu a porta teve uma surpresa quando viu a sua amiga cigarra num Ferrari e com um valioso casaco de peles.

A cigarra disse-lhe:
- Olá amiga! Vou passar o Inverno a Paris. Podes cuidar da minha casita?
A formiga respondeu:
- Claro! Sem problemas. Mas o que aconteceu? Onde conseguiste o dinheiro para ir a Paris, comprar esse Ferrari e esse casaco tão bonito e caro?
E a cigarra respondeu:
- Imagina lá, que eu estava a cantar num bar a semana passada e um produtor gostou da minha voz… Assinei um contrato para fazer shows em Paris. A propósito, precisas de alguma coisa de lá?


- Sim, - disse a formiga – se te encontrares lá com um tal de La Fontaine,...
...MANDA-O F*D*R, E DIZ QUE VAIS DA MINHA PARTE.


Moral da História:


Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefícios em fábulas de La Fonteine e ao seu patrão.

Trabalhe, mas curta a vida...ela é única!


sábado, 15 de março de 2008

A captura dos macacos

*

A história é muito antiga, mas não menos curiosa.

Algumas tribos africanas utilizam um engenhoso método para capturar macacos. Como estes são muito espertos e vivem saltando nos galhos mais altos das árvores, os nativos desenvolveram o seguinte sistema:

1) Pegam uma cumbuca de boca estreita;
2) Em seguida, amarram-na ao tronco de uma árvore freqüentada por macacos, afastam-se e esperam.
3) Após isso um macaco curioso desce;
4) Enfia a mão. Apanha a fruta, mas como a boca do recipiente é muito estreita, ele não consegue retirar a banana.

Surge um dilema: se largar a banana sua mão sai e ele pode ir embora livremente; caso contrário, continua preso na armadilha.

Depois de um tempo, os nativos voltam e, tranqüilamente, capturam os macacos que teimosamente se recusam a largar as bananas. O final é meio trágico, pois os macacos são capturados para servirem de alimento.

Você deve estar achando inacreditável o grau de estupidez dos macacos, não é? Afinal, basta largar a banana e ficar livre do destino de ir para a panela.

Fácil demais...

O detalhe deve estar na importância exagerada que o macaco atribui à banana. Ela já está ali, na sua mão... Parece ser uma insanidade largá-la. Essa história é engraçada, porque muitas vezes, fazemos exatamente como os macacos.

Você nunca conheceu alguém que está totalmente insatisfeito com o emprego, mas insiste em permanecer mesmo sabendo que está cultivando um infarto? Ou alguém que não está satisfeito com o que faz, e ainda assim faz apenas pelo dinheiro? Os casais com relacionamentos completamente deteriorados, que permanecem sofrendo, sem amor e compreensão? Ou pessoas infelizes por causa de decisões antigas, que adiam um novo caminho que poderia trazer de volta a alegria de viver?

A vida é preciosa demais para trocarmos por uma banana – que apesar de estar na nossa mão, pode levar-nos direto a panela.

"Créu" na música brasileira

Achei muito interessante a opinião que se segue. Tendo em vista as circuntâncias atuais, são poucos os que conseguem "sair do quadro para enxergar a moldura" e ter a consciência dos rumos degradantes da nossa cultura musical (... e por consequência de todo o resto.)

Autor: Gerson Nyland/Empresário - Jornal Gazeta do Sul

Mesmo sendo um mero apreciador, confesso que estou preocupado com os rumos da música, principalmente a brasileira. Na minha juventude, curti muito (e ainda considero a melhor música) bandas tipo Bee Gees, Dire Straits, The Police, Queen, U2, Roupa Nova, 14 Bis e etc… Músicas de qualidade, de letras que fazem sentido. Nessa época também a MPB já mostrava o talento dos brasileiros pelo mundo afora. Paulinho da Viola, Gal Costa, Alcione, Caetano Veloso, etc… Tivemos e temos verdadeiros gênios musicais como Hermeto Pascoal, Sivuca, Tom Jobim, Chico Buarque e assim por diante.

Mas cá entre nós, há uns 15 anos que a coisa realmente desandou. Nunca me esqueço de um domingo à tarde junto ao meu avô Renaldino assistindo ao “Gugu”, já começavam a surgir as aberrações musicais. Quero dizer, a fazer sucesso. Lembram do grupo É o Tchan? “segura o tchan, amarra o tchan…”. O vô disse, com olhos fixos na Carla Perez e seu exuberante traseiro (eu também, é claro): “Ah… se isto é música!” Pior que era… Vendia mais que Milton Nascimento. O sucesso “Na boquinha da Garrafa” então. Por favor! Claro que isso era herança da cantora (?) Gretchen e seu desempenho carnal nos palcos, mas esta só fez sucesso entre os homens, e olha lá…

Aí apareceu um tal de “Bonde do Tigrão”. Cruzes. Era só o que dava nos programas de auditório. Ganharam Disco de Ouro. Inacreditável. Com os hits “Cerol na mão” e “Tchutchuca”, deixaram o Roberto Carlos para trás em vendas. Ainda bem que não durou.

Pra quem pensou que nada podia ser pior, se enganou. Meu avô e meu pai, já falecidos lá pelo final da década 90, apreciadores e intérpretes da boa música, escaparam de ter que escutar um tal de MC Serginho cantando “Lacraia…vai Lacraia” por três meses ininterruptos em diversos canais de TV. Como pode? Sem falar da “Eguinha Pocotó”, essa música de letra altamente inteligente, se tocada em um estábulo, lógico.

Mais recentemente, há uns sete anos, apareceu uma baita figura: Tati Quebra Barraco, com o “megasucesso” Fogão Dako. “Dako é bom… Dako é bom…” Que romântico. A moça enriqueceu de tanto fazer show em bailes funk, que aliás são uma competição de bunda por parte das “Funkeiras”, e de palavrões por parte dos “MCs”. Essas batidas os “manos” acham “muito maneiro”! E se matam brigando nos bailes.

Nesse meio tempo, outros “artistas” não menos talentosos deram o ar da graça, como Tiririca, DJs desbocados e pagodeiros em geral. Sem falar da atual “Piriguete”.

Então pensei um dia: bom, basta manter meu aparelho de TV distante de Faustão, Gugu Liberato e afins, que escapo de ver novas baboseiras.

Mas a última decepção veio assistindo ao Fantástico e reportagens sobre o Carnaval. Um fulano auto-intitulado DJ Creu “compôs” o sucesso “Creu”, uma dança com gestos que incitam o erotismo, a libertinagem e tudo de ruim que pode tomar a mente das crianças e jovens de hoje. A letra diz: “Eu fui cozinhar um ovo, mas tinha um pinto dentro, Já pensou se eu cozinho, com o pinto lá dentro”. Rapaz! E a moda tá pegando! Desisto.

Só peço a Deus força pra manter meus filhos longe desse tipo de barulho que alguns insistem em chamar de música. Repetindo o que diria meu avô: “Ah… se isso é música…”.