quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

De pobres e de ricos

A maioria dos seres humanos deseja ser rico. Dinheiro representa privilégios, prazeres, poder. É um sonho generalizado que atinge quase todo mundo.
Quem é pobre deseja melhorar de vida. Quem já é rico almeja ser milinário. E o milionário? Esse também quer mais. Quer ter bilhões.
O doente acredita que dinheiro vai lhe dar acesso a tratamento vip. Quem está saudável sonha com viagens, jantares em restaurantes sofisticados.
Anônimos querem a riqueza para se tornar celebridade.
Até os idealistas, sonhadores e santos querem dinheiro. Uns sonham em melhorar o Mundo, outros planejam construir hospitais e abrigos.
Todos acreditam que usarão acertadamente os recursos para o bem geral.
Há quem ridicularize o provérbio popular que afirma que o dinheiro não traz felicidade. Com um sorriso irônico há quem desdenhe a sabedoria coletiva e contraponha:
Dinheiro pode até não trazer felicidade, mas ajuda um bocado.
Mas há alguns aspectos da vida que não estão acessíveis à influência do dinheiro, aliás, o poder do dinheiro refere-se exclusivamente as coisas compráveis.
Naquelas coisas sutis - que são de domínio exclusivo da Divindade - o dinheiro é inútil. Ele não pode tornar mais belos os filhos dos ricos.
Nem a maior fortuna do Mundo compra consolo para uma mãe que perde o filho. E, por mais nobre que seja, quem pode garantir que terá amor verdadeiro?
Sábias são as palavras de Jesus: Quem de vós poderá acrescentar um palmo à sua altura?
A natureza nos limita:quem pode viver sem ar? Ou sem comida, ou água? Quem pode evitar a morte, a velhice ou o sofrimento por mais que tenha acumulado?
São limites impostos por Deus e que nos servem de advertência sobre a igualdade que reina sobre nós. Afinal, estamos submetidos às mesmas regras de nascimento, vida e morte.
Mesmo que o berço seja de ouro, crianças ricas também estão sujeitas às mesmas limitações que abrangem a infância pobre.
E assim crescemos - mendigos e milionários - contemplando o mesmo sol, tendo a mesma lua como testemunha silenciosa de nossas vidas.
Chuva, frio , calor nos atingem igualmente, sem aumentar ou diminuir perante a quantidade de dinheiro que carregamos.
E mesmo a morte, um dia chegará para todos. Encontrará alguns em nobres leitos, cobertos por lençóis finíssimos.
A outros surpreenderá em casas paupérrimas, solitários e maltrapilhos. Mas ela virá para todos.
O preço do caixão, a imponência do túmulo serão então apenas aparências externas. No interior das sepulturas, a lei da decomposição do corpo físico alcançará aos corpos dos magnatas e pobrezinhos.
Passados algumas décadas, se misturando os esqueletos de ricos e pobres, quem poderá dizer quais daqueles ossos brancos era dono de mais dinheiro?
Após a morte do corpo, Deus nos pedirá somente do amor que nutrimos, do bem que espalhamos, da ética que cultivamos e da paz que construímos.
O dinheiro? Ah, o dinheiro ficará nos cofres do Mundo, utilizado por outros adiministradores temporários...

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