segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Conceito empírico de imortalidade

Jaqueline Negreiros

"Pequenina do coração, ser criança é como uma gaivota livre, seu encanto é seu olhar... seu olhar de amor... pequenina, teu sorriso..."

Não se espante se você não conhece esta canção de ninar. É muito antiga (tem de 25 à 30 anos para ser mais exata) de um grupo sueco chamado ABBA. Foi gravado pela Perla e acredito ter sido adaptada em português por meu pai (estilo "canto sem saber a letra").
Originalmente esta música não é uma canção de ninar e a letra descrita acima tampouco corresponde à original, mas para mim foi! Parece piegas, mas todas as canções de ninar que meu pai cantarolava pra nós (eu e minha irmã) eram músicas que faziam parte do repertório dos seus ídolos da época, tais como: Elvis, João Mineiro e Marciano, os Golden Boys - não me perguntem quem são pois não saberei responder - e tantas outras "raridades" dos anos 70.
Como não conhecia nenhuma música infantil era com essas que meu pai nos fazia adormecer, em especial "Chiquitita" da Perla.
Hoje, anos depois, mesmo tendo aprendido diversas cantigas infantis, canto essa mesma música para minha filha que, por imitação, canta para a "Sansona" (versão feminina do Sansão, coelho da Mônica)
"Chiquitita" deixou de ser apenas uma simples música passando a adquirir um Significado (significado de infância, de amor, de tranquilidade...) que a fez "imortal".
Portanto, da mesma maneira que uma música torna-se imortal pelo seu significado ( que fica na memória, fica no sentimento, ultrapassa gerações) assim também nos tornamos imortais. Para isso, não devemos ser uma "simples música" e somente viver a vida. Devemos dar à vida um Significado para que ela não seja apenas uma "simples vida".

Nenhum comentário: