Mesmo antes de ser mãe já me preparava para certas situações que pudessem me trazer constrangimento durante o processo de educação dos meus futuros filhos. Atenta às reclamações e dificuldades que algumas de minhas amigas, já mães, tinham em responder à famosa pergunta pueril: -"Mãe, de onde eu vim? Como fui parar aí? Como saí?" - Construía mentalmente hipóteses e mais hipóteses de esclarecimento para que jamais me encontrasse em tal situação evitando tanto traumas futuros para meus filhos quanto um eterno sentimento de culpa por minha parte.
Após devorar vários livros em busca de auxílio para a elaboração da "resposta perfeita" me dei por satisfeita quando cheguei à conclusão de que quanto mais natural, científica e concisa ela fosse menor seriam as consequências. Pronto! Resolvida a questão...
Meu primeiro filho nasceu e, para meu alívio, foi parto cesárea (não que eu tivesse programado) Já me imaginava com a resposta na ponta da língua: -"Você nasceu da minha barriga por esse corte bem aqui, ó!" e toda orgulhosa de mim...
O primeiro ano se passou... o segundo... o terceiro...e nada das famosas perguntas (menos mal - pensava comigo - quanto maior ele estiver mais fácil será explicar)... Chega o quarto ano... e de repente eis que surge os primeiros indícios da pergunta que não quer calar. Meu filho me rodeia, fica sentado perto de mim um tempão só me olhando, com cara de quem está com uma "baita" dúvida... eu esboço, temerosa, uma frase de incentivo..."Quer alguma coisa filhinho?"...então, tomado pela coragem me diz:
- "Mamãe, se o planeta é uma bola por que a gente anda nele e não cai???"
Após devorar vários livros em busca de auxílio para a elaboração da "resposta perfeita" me dei por satisfeita quando cheguei à conclusão de que quanto mais natural, científica e concisa ela fosse menor seriam as consequências. Pronto! Resolvida a questão...
Meu primeiro filho nasceu e, para meu alívio, foi parto cesárea (não que eu tivesse programado) Já me imaginava com a resposta na ponta da língua: -"Você nasceu da minha barriga por esse corte bem aqui, ó!" e toda orgulhosa de mim...
O primeiro ano se passou... o segundo... o terceiro...e nada das famosas perguntas (menos mal - pensava comigo - quanto maior ele estiver mais fácil será explicar)... Chega o quarto ano... e de repente eis que surge os primeiros indícios da pergunta que não quer calar. Meu filho me rodeia, fica sentado perto de mim um tempão só me olhando, com cara de quem está com uma "baita" dúvida... eu esboço, temerosa, uma frase de incentivo..."Quer alguma coisa filhinho?"...então, tomado pela coragem me diz:
- "Mamãe, se o planeta é uma bola por que a gente anda nele e não cai???"
(Jaqueline Negreiros)
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